Entre os afetados encontram-se cerca de 30 mil pessoas que tinham procurado refúgio nesta grande cidade e que estavam espalhadas por 57 áreas para deslocados.
No total, o OCHA calcula que, no setor chamado à evacuação forçada (quatro bairros costeiros, uma área de cerca de 5,6 quilómetros quadrados), se encontravam no momento do alerta israelita entre 50 mil e 80 mil pessoas.
"Os funcionários da ONU ainda se encontram em Deir al-Balah, espalhados por dezenas de instalações. As suas coordenadas foram partilhadas com as partes interessadas. Estes locais - bem como qualquer sítio civil - devem ser protegidos, independentemente das ordens de deslocação", alertou o OCHA.
A zona inclui vários armazéns humanitários, quatro clínicas de cuidados primários, quatro postos médicos e a central de dessalinização do sul de Gaza, bem como um reservatório de água, um depósito de resíduos sólidos e uma estação de bombagem de esgotos.
"Qualquer dano a estas infraestruturas terá consequências mortais", declarou a agência da ONU.
Em quase 22 meses de ofensiva, o exército israelita nunca lançou uma operação terrestre em Deir al-Balah, que se tornou um foco de pessoas deslocadas e um importante centro de operações para muitas organizações internacionais.
Até agora, o avanço israelita para oeste em Gaza deixou uma área contínua na costa que não tinha sido objeto de ordens de evacuação. A ordem de domingo do exército marca, no entanto, o primeiro estabelecimento de uma zona de combate até à costa, dividindo a faixa costeira em duas.
"O exército continua a atuar em força para destruir as capacidades inimigas e as infraestruturas terroristas na zona, ao mesmo tempo que expande as suas atividades aqui, para operar numa área onde nunca tinha operado antes", anunciou o porta-voz das forças armadas israelitas em língua árabe, Avichay Adraee, numa declaração na rede social X.
As forças armadas israelitas ordenaram, assim, a deslocação forçada dos habitantes de Deir al-Balah para sul, para Mawasi, onde cerca de 425 mil pessoas já se encontram aglomeradas, apesar dos bombardeamentos quase diários do exército na zona.
De acordo com a agência das Nações Unidas para os refugiados (UNRWA), cerca de 90% da população de Gaza, com cerca de 2,1 milhões de habitantes, está deslocada e a maioria teve de se mudar várias vezes.
O OCHA calcula que 87,8% da Faixa de Gaza esteja sob ordens israelitas de deslocação forçada ou tenha sido transformada em zonas militarizadas pelo exército.
O exército reivindica o controlo militar de 75% da Faixa de Gaza.
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