Polícia belga interroga 2 militares israelitas que foram ao Tomorrowland

A polícia belga interrogou dois membros do exército israelita que participavam num festival de música na Bélgica sobre alegadas violações graves do direito humanitário internacional em Gaza, indicou hoje a Procuradoria Federal em Bruxelas, em comunicado.

Tomorrowland

© MARIUS BURGELMAN/BELGA MAG/AFP via Getty Images

Lusa
21/07/2025 18:09 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel disse à agência de notícias Associated Press (AP), que um cidadão israelita e um soldado israelita, ambos de férias na Bélgica, "foram levados no domingo para interrogatório e foram libertados pouco depois".

 

As autoridades israelitas acrescentaram que "trataram deste assunto e estão em contacto com os dois".

Não ficou imediatamente claro porque é que o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita se referiu a um civil e a um soldado, enquanto os procuradores belgas falaram de dois membros do exército israelita.

A Fundação Hind Rajab, sedidada na Bélgica, saudou o caso como um "ponto de viragem na procura global de responsabilização". Esta fundação tem feito campanha pela detenção das tropas israelitas que acusa de crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

O nome do grupo é uma homenagem a uma jovem morta, segundo os palestinianos, no início da guerra por fogo israelita quando fugia da cidade de Gaza.

Israel afirmou que as suas forças seguem o direito internacional e tentam evitar ferir civis, salientando que investiga alegações de irregularidades.

Numa declaração escrita, o gabinete do procurador disse que os dois membros do exército, na Bélgica para o festival Tomorrowland, foram interrogados depois de o gabinete ter recebido queixas legais na sexta-feira e no sábado da Fundação Hind Rajab e de outro grupo.

O Ministério Público solicitou o interrogatório depois de uma avaliação inicial das queixas "ter determinado que tinha potencialmente jurisdição".

A Fundação Hind Rajab disse ter apresentado queixa juntamente com o grupo de defesa dos direitos humanos Global Legal Action Network.

A decisão de interrogar os dois israelitas baseou-se num artigo do Código de Processo Penal belga, em vigor desde o ano passado. O artigo confere aos tribunais belgas jurisdição sobre atos praticados no estrangeiro, potencialmente regidos por um tratado internacional, neste caso as Convenções de Genebra de 1949 e a Convenção da ONU contra a Tortura de 1984, referiu o comunicado da Procuradoria.

"À luz desta potencial jurisdição, o Ministério Público Federal solicitou à polícia que localizasse e interrogasse os dois indivíduos mencionados na queixa. Depois dos interrogatórios, foram libertados", acrescentou o comunicado.

A Procuradoria Federal belga não forneceu quaisquer outras informações nesta fase da investigação.

Desde a sua criação no ano passado, a Fundação Hind Rajab apresentou dezenas de queixas em mais de 10 países para deter militares israelitas.

"Continuaremos a apoiar os processos em curso e a apelar às autoridades belgas para que prossigam a investigação de forma completa e independente", afirmou o grupo, em comunicado.

O número de mortos na Faixa de Gaza, devastada pela guerra, subiu para mais de 59.000 palestinianos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo movimento islamita palestiniano Hamas. 

A guerra em curso em Gaza foi a resposta ao ataque, em território israelita, do Hamas, a 07 de outubro de 2023. Neste ataque, 1.200 pessoas morreram e 250 foram feitas reféns, de acordo com as autoridades israelitas.

Leia Também: Mulher morre após cair na primeira noite do festival Tomorrowland

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas