Um homem de 36 anos que seguia no barco turístico que naufragou na noite de sábado, na baía de Halong, no norte do Vietname, deu conta de que os passageiros pediram para regressar à costa quando a tempestade se instalou, mas a tripulação optou por avançar.
Pelo menos 35 pessoas morreram e prosseguem as buscas por quatro pessoas desaparecidas, de acordo com a imprensa estatal vietnamita, citada pela Associated Press (AP). As autoridades apontaram ainda que os dados anteriormente divulgados, que avançavam a existência de 38 mortos e de cinco desaparecidos, estavam incorretos.
Dang Anh Tuan, que sobreviveu ao incidente, contou à AP que os passageiros pediram para regressar à costa, mas a tripulação asseverou que estavam quase a chegar ao destino, pelo que seguiram em frente.
“Choveu durante cerca de 15 minutos e o barco começou a abanar vigorosamente, as mesas e as cadeiras foram sacudidas e segundos depois o barco virou. A água jorrou e perdi toda a orientação”, recordou.
E complementou: "Tentei respirar, mas a água continuava a entrar. Respirei fundo, livrei-me do colete salva-vidas e mergulhei. Vi um raio de luz e segui-o para sair a nado, escapando ao barco, e depois subi para o barco virado para procurar ajuda."
Tuan esperou mais de duas horas até que a chuva parasse e os meios de socorro chegassem. Os serviços de emergência resgataram 11 pessoas, uma das quais acabou por sucumbir aos ferimentos no hospital, de acordo com o jornal VNExpress.
O mesmo meio noticiou que a maioria dos passageiros eram turistas de Hanói, incluindo cerca de 20 crianças.
Tuan viajava com 11 amigos da universidade, dos quais apenas três sobreviveram. O homem escapou com ferimentos ligeiros, mas um dos seus amigos sofreu vários golpes na cabeça. Os tendões de outro foram cortados por vidros partidos, quando escapou através de uma janela.
O Wonder Sea embarcou no início da tarde de sábado para uma excursão de três horas na Baía de Ha Long, transportando 48 passageiros e cinco tripulantes.
Os esforços de busca continuam a ser dificultados pelo avanço do tufão Wipha, que segue em direção à costa do país asiático.
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