"Em primeiro lugar, precisamos de um cessar-fogo, e precisamos dele imediatamente, porque isso criará espaço para que os restantes reféns sejam libertados", afirmou hoje, durante a audição pelo Comité de Ligação, composto pelos presidentes de diferentes comissões parlamentares.
Um cessar-fogo "criará espaço para que a ajuda chegue rapidamente e em grande volume, o que é desesperadamente necessário, e, igualmente importante, criará espaço para um processo político, que, na minha opinião, é a única forma de conseguir, a longo prazo, uma base sustentável em Gaza", acrescentou.
O primeiro-ministro britânico acredita que o Reino Unido pode ter um papel de liderança para negociar uma "solução pacífica" para o conflito entre Israel e os territórios palestinianos, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.
Starmer disse que, "no que se refere à questão do reconhecimento [da Palestina como Estado], estamos e estivemos durante muito tempo empenhados nessa questão como uma contribuição para o processo de paz, numa altura mais propícia às perspetivas de paz".
"Estamos a trabalhar com outros sobre a forma de passarmos do ponto em que nos encontramos agora para uma solução de dois Estados, que é a única opção viável, na minha opinião", vincou.
O chefe do Governo britânico referiu que a comunidade internacional deve "aproveitar as próximas semanas para avançar com planos credíveis para a próxima fase de Gaza", que deve passar por um apoio regional à reconstrução e maior envolvimento dos países árabes.
O Reino Unido subscreveu hoje uma declaração juntamente com outros 24 países, incluindo Portugal, a exigir o fim da guerra nos territórios palestinianos e manifestando oposição a qualquer alteração territorial ou demográfica na região.
O documento, assinado por 25 ministros dos Negócios Estrangeiros e pela comissária europeia para a Igualdade, Preparação e Gestão de Crises, Hadja Lahbib, critica "o plano de colonização anunciado pela Administração Civil".
A ser aplicado, avisam, "dividiria um [futuro] Estado palestiniano em dois, constituindo uma violação flagrante do direito internacional e comprometendo gravemente a solução de dois Estados".
Os países apelam à comunidade internacional que se una em torno de um cessar-fogo "imediato, incondicional e permanente", e reforçam o apoio "aos esforços dos Estados Unidos, do Qatar e do Egito para alcançar este objetivo".
Israel e o Hamas mantêm negociações de cessar-fogo no Catar, mas mediadores internacionais afirmaram que não houve avanços.
A guerra em curso em Gaza foi a resposta ao ataque, em território israelita, do movimento islamita palestiniano Hamas, a 07 de outubro de 2023. De acordo com as autoridades israelitas, 1.200 pessoas morreram e 250 foram feitas reféns pelo Hamas.
Mais de 59 mil pessoas já morreram na Faixa de Gaza, indicou o Ministério da Saúde do enclave controlado pelo Hamas.
Além de bombardear e atacar a Faixa de Gaza, Israel bloqueou a entrada no enclave de alimentos, água, medicamentos e combustível e forçou a deslocação de centenas de milhares de pessoas.
Leia Também: Reino Unido pede a aliados que acelerem apoio à Ucrânia dentro de 50 dias