O homem, de 28 anos, foi detido na região da Catalunha na terça-feira e ficou hoje em prisão preventiva, sem possibilidade de ser trocada por fiança, por decisão de uma juíza de Mataró, Barcelona, divulgou o Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC).
O detido, alegado líder em Espanha do grupo "Deport them now" ("Deportem-nos já") é suspeito de crimes de incitação ao ódio, pertença a associação ilícita para cometer delitos discriminatórios e posse ilegal de armas, segundo o TSJC.
Segundo a imprensa espanhola, o detido, de nacionalidade espanhola, tem licença para ser segurança e escolta privado, mas não estava atualmente contratado para fazer este tipo de trabalho por nenhuma empresa.
Além disso, tinha-se apresentado para vagas abertas na cadeia de Tarragona, Catalunha, mas foi considerado não apto para as funções, também segundo os meios de comunicação social espanhóis.
A localidade de Torre Pacheco, na região de Múrcia, no sul de Espanha, tem sido cenário de concentrações e distúrbios durante a noite envolvendo grupos conotados com a extrema-direita que responderam a apelos na Internet, através da rede social Telegram, para "uma caçada" a imigrantes.
Os distúrbios e os confrontos entre grupos de extrema-direita e residentes em Torre Pacheco, onde 30% da população de 40 mil pessoas é imigrante ou de origem estrangeira, surgiram depois de um homem, de 68 anos, habitante da localidade ter sido agredido por jovens sem razão aparente, contou a própria vítima, na quinta-feira passada, a meios de comunicação social.
Segundo as forças de segurança espanholas, 14 pessoas foram detidas desde sábado, três delas por estarem relacionadas com a agressão e as restantes suspeitas de crimes de ódio, agressões e desordem pública.
As forças de segurança mantêm um dispositivo de mais de 100 elementos em Torre Pacheco, que tem tentado controlar os acessos à localidade a partir do final da tarde.
"Detetámos [na Internet] a organização de uma chamada 'caçada' [a imigrantes] para os dias 15, 16 e 17, o que permitiu antecipar um dispositivo policial de prevenção que conteve a situação", disse na segunda-feira a delegada do Governo central em Múrcia, Mariola Guevara.
O ministro da Administração Interna espanhol, Fernando Grande-Marlaska, disse no mesmo dia que por trás dos distúrbios estão "grupos organizados" que se têm deslocado de outros pontos para Torre Pacheco.
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