Martim Mayer, um dos seis candidatos confirmados às eleições para a presidência do Benfica, reagiu, em forma de comunicado oficial, ao anúncio da candidatura de Luís Filipe Vieira ao ato eleitoral que está agendado para outubro deste ano.
Neto de Borges Coutinho, antigo líder das águias, Mayer defende que Luís Filipe Vieira "teve o seu tempo" e sublinhou ainda que "os sócios não sofrem de amnésia". Num comunicado muito crítico, o empresário sublinha que "o Benfica não precisa agora de regressos messiânicos".
"É sem surpresa que assistimos à candidatura de Luís Filipe Vieira à Presidência do Sport Lisboa e Benfica. Surpresa seria, de facto, Vieira resistir à tentação de o fazer, e não voltar a um palco que sempre confundiu com propriedade privada, em que afirmou que até as pedras da calçada salvou. Tal como já o disse publicamente no dia 9 de julho, deveria evitar fazê-lo em defesa do bom nome do Clube. Se esta atitude me parece transversal a quem se preocupe em não misturar o Benfica com os seus problemas pessoais, quando os processos que decorrem na justiça dizem respeito ao seu anterior exercício de funções como Presidente do SLB, é de mau senso apresentar-se e querer ir a votos para essas mesmas funções. Penso que os sócios do Benfica saberão ver isto com clareza", pode ler-se no comunicado publicado no site oficial da candidatura de Martim Mayer.
"Luís Filipe Vieira teve o seu tempo. Construiu património, reforçou significativamente a formação, e esse mérito deve ser reconhecido. Mas o Benfica não é nem um reino nem uma imobiliária. Vieira disse um dia que tinha visto "uma luz". É pena que essa luz não ilumine as suas atuais ideias fazendo-o ver que o Benfica é muito grande e que em vez de tentar acender de novo um candeeiro gasto, com lâmpada fundida, deveria dar espaço ao surgimento desta mudança necessária e urgente e promover a renovação de que o Clube tanto precisa", prossegue a nota do empresário.
"Se durante anos desprezou o debate, recusando-se a discutir ideias e chegando a achar que havia democracia "a mais" no clube, agora exige ser ouvido e pede palco, posturas contraditórias, mas que encontram coerência no facto de subjugar os interesses do Clube ao seu interesse pessoal. Os sócios não sofrem de amnésia. Lembram-se do que Vieira foi enquanto Presidente, e de um registo desportivo que, para o próprio é motivo de orgulho: 7 campeonatos em 18 anos. Pergunto eu em agosto de 2025: Para o Benfica queremos mais disto? Não. Obrigado, mas não", sustentou ainda Martim Mayer.
"O Benfica não precisa agora de regressos messiânicos, mas sim de um futuro fresco assente em competência, coragem e verdade. Precisa de um Presidente que ame verdadeiramente o Clube todos os dias e que faça desse amor o ponto de partida para todas as suas decisões. Precisa de uma Visão nova que saiba materializar a Grandeza Social e Cultural do Benfica em títulos e em Prestígio Internacional, sem mais tempo a perder e a grande ritmo", garante também o empresário.
"Peço por isso aos Sócios do Benfica e também a Luís Filipe Vieira que, imbuídos no que diz a Nossa divisa 'E Pluribus Unum', condição primeira da grandeza do Benfica, me oiçam e deem o seu certo contributo. Que façam a sua parte para que o clube possa caminhar para o futuro em linha com o que representa o nosso símbolo, a Águia - 'que simboliza a elevação das aspirações do Clube, corolário de independência, autoridade e nobreza'. É urgente que assim seja", termina o comunicado.
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