Ao cabo de duas jornadas realizadas, o Sporting persegue o sonho do tricampeonato e, por esta altura, segue no topo da I Liga, competição onde Rui Borges continua a 'dar cartas', sobretudo desde que deixou o Vitória SC.
Em 21 jogos realizados ao serviço dos leões (19 dos quais na época passada) no campeonato, o treinador de 44 anos somou 15 triunfos e seis empates, naquele que é um louvável registo construído em cima de uma 'taberna' de... pura invencibilidade.
Para além disso, a 'chapa 6' aplicada ao Arouca, no passado domingo, permitiu ultrapassar a marca dos 50 golos na prova, levando já 53 tentos marcados, contra apenas 17 sofridos, sendo que, esta época, a baliza continua 'a zeros'.
'Esticando' o trajeto em Alvalade, entre todas as competições, Rui Borges já totalizou 32 partidas desde que saiu de Guimarães e apenas 'pecou' em três jogos em tempo regulamentar, com duas derrotas na Liga dos Campeões (Leipzig e Borussia Dortmund) e, mais recentemente, na Supertaça Cândido de Oliveira, perdida para o Benfica. Além disso, somou-se ainda a derrota nos penáltis na Taça da Liga, igualmente diante do rival lisboeta.
'Taberna mecânica' a funcionar?
Imune às críticas, Rui Borges tem pautado o seu trajeto no Sporting com notável sucesso e até já há quem atribua a designação de 'taberna mecânica' ao seu estilo de jogo dentro das quatro linhas. Nesse capítulo, na última conferência de imprensa, o treinador luso até 'brincou com o tema'.
"'Taberna mecânica'? Estou a pensar em abrir uma taberna, ganhava dinheiro. Estou a brincar. Nem ligo a isso. No ano passado já o éramos, de forma diferente, principalmente em Alvalade. Penso que, nesta fase inicial de temporada, temos sido capazes de andar mais tempo a pressionar o adversário. Agora, queremos acrescentar coisas diferentes para nos tornarmos imprevisíveis. O Arouca vinha tentar tapar o jogo interior do Sporting e deu-nos os corredores, percebemos isso", atirou após o regresso ao 'novo' Estádio de Alvalade.
Sobre esse tema, em entrevista ao Desporto ao Minuto, Fernando Mendes, ex-futebolista do Sporting, defendeu que Rui Borges não tem necessidade de se preocupar em responder às críticas de que já foi alvo desde que chegou a Alvalade.
"Eu não acho que seja uma resposta às críticas, nem faz sentido nenhum o Rui Borges estar a responder a uma pessoa que mandou isso cá para fora. Há que ter respeito pelas pessoas. A realidade é que o Rui foi campeão nacional e as críticas continuaram neste início de época. Depois do Sporting ter perdido a Supertaça contra o Benfica, muita gente já 'fazia a cama' a Rui Borges. As coisas com calma vão lá. O Rui tem uma coisa de que eu gosto. Ele é uma pessoa humilde e séria e os jogadores gostam dele. Cada treinador tem a sua forma de trabalhar. Se eu estivesse no lugar dele, não perdia tempo em estar a responder a pessoas que minimizaram o trabalho de Rui Borges", vincou o antigo futebolista.
Mudança de peças... e de tática
Desde que chegou ao Sporting, Rui Borges não hesitou em meter um cunho pessoal na equipa que havia sido treinada por Ruben Amorim durante quase cinco anos, porém, percebeu que a linha de três centrais 'teimava' em ser mais rentável para o sucesso leonino do que outra coisa qualquer.
O treinador ex-Vitória SC, sempre de olhos postos no ataque, foi reajustando algumas nuances a seu bel prazer e conseguiu terminar a passada temporada com a 'dobradinha', primeiro com a conquista do bicampeonato e depois com a Taça de Portugal nas mãos.
Sem Viktor Gyokeres, Rui Borges aproveitou ainda para apostar com outro estofo no seu habitual 4x2x3x1 e, apesar das dificuldades consentidas na pré-época, o arranque da nova temporada parece estar a correr de feição ao Sporting - ainda sem golos sofridos no campeonato e já com o melhor registo ofensivo (oito tentos certeiros) na prova, a valer a liderança partilhada com FC Porto, Sporting de Braga, Famalicão e Moreirense.
Para tal registo já começaram a contribuir os reforços Luis Suárez, Ricardo Mangas, Georgios Vagiannidis e Giorgi Kochorashvili, sendo que, no caso dos dois primeiros, já cada um deles apontou um bis na estreia em Alvalade, fazendo esquecer a mediática (e polémica) saída de Gyokeres para o Arsenal. O Sporting parece, assim, manter-se bem 'vivo' de olho no tricampeonato.
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