"As condições para a senhora ministra da Saúde se manter no cargo vão cessando e uma leitura política capaz da situação que nós temos na saúde, também com as demissões e nomeações sucessivas de diretores executivos do SNS e vários outros temas que todos os portugueses têm acompanhado com muita preocupação, convergem no mesmo sentido", sustentou Rui Tavares.
O dirigente do Livre falava aos jornalistas após uma audiência com o Presidente da República, no Palácio de Belém, sobre as alterações ao regime jurídico de entrada e permanência de estrangeiros, altura em que foi questionado sobre o inquérito da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).
Este inquérito concluiu que um utente que morreu de enfarte, em outubro, em Bragança, após o INEM demorar uma hora e vinte a chegar, poderia ter sobrevivido se o socorro fosse imediato.
A morte decorreu durante a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar.
"Temos a lamentar que assim seja, infelizmente não posso dizer que nos tenha surpreendido porque sabemos que a má gestão daquela greve, por parte da senhora ministra da Saúde, teve consequências", disse, criticando a "incapacidade do Governo em dialogar e resolver antecipadamente problemas laborais".
Interrogado sobre o que esperava da declaração da ministra da Saúde, momentos antes de esta acontecer, Tavares disse que esperava humildade.
"Eu esperaria pelo menos alguma humildade. A senhora ministra da Saúde tem-se apresentado muitas vezes ao parlamento, e no debate público, com uma atitude de alguma sobranceria perante os partidos da oposição que, quando fazem oposição, fazem aquilo que diz o ditado português: «quem avisa amigo é»", afirmou.
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