A Guarda Nacional Republicana (GNR) registou até ao dia 13 de agosto (quarta-feira) quase 6 mil incêndios florestais só este ano.
Em comunicado enviado às redações, a GNR adianta que dos 5.996 fogos registados, a maior parte, "30,2% foram causados pelo uso do fogo", ou seja, 1.022 casos.
A segunda origem mais identificada, 24% dos casos (814), resulta de fogo posto. Em terceiro lugar, aparecem "causas indeterminadas" com 23,2%, ou seja, 786 casos.
Seguem-se acidentes que causaram fogos com 14,5% das ignições (492 casos), reacendimentos com 6,6% (223 casos), causas naturais com 1% (35 casos) e origens estruturais com 0,5% (17 casos).
Quanto às situações de incendiarismo, a GNR diz que ao longo deste ano foram detidas 42 pessoas "em flagrante delito pelo crime de incêndio florestal". "Temos ainda identificados 566 suspeitos pela prática deste crime" continua a nota, acrescentando que durante todo o ano de 2024 os números foram inferiores com 36 detidos e 551 suspeitos.
A autoridade realça ainda que registou até ao dia 13 de agosto (e, portanto, incluindo as últimas semanas em que o país esteve em situação de alerta) "56 autos de contraordenação por queimadas e 248 por queimas e fogueiras diversas".
Relembrar que durante a situação de alerta, em vigor há duas semanas por causa dos incêndios, é proibida a "realização de queimadas e queimas de sobrantes de exploração, bem como a suspensão das autorizações que tenham sido emitidas". E também que, fora desta situação, é preciso sempre avisar e receber autorização por parte do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), exatamente para garantir que não existe perigo de incêndio. Pode fazê-lo aqui.
No que diz respeito à limpeza de terrenos, a GNR afirma ainda que sinalizou 10.417 situações em que os proprietários não tinham cuidado dos terrenos devidamente e que elaborou 1.289 autos de contraordenação por falta de gestão de combustível.
A autoridade apela ainda que sejam evitados todos os comportamentos que possam originar incêndios, nomeadamente:
- Fumar, fazer lume ou fogueiras;
- Fazer queimas ou queimadas;
- Lançar foguetes e balões com mecha acesa;
- Fumigar ou desinfestar apiários sem dispositivos de retenção de faúlhas;
- Utilizar tratores, máquinas e veículos pesados sem extintor, sistema de retenção de faúlhas ou faíscas e tapa-chamas nos tubos de escape ou chaminés.
A GNR anunciou hoje que vai reforçar o patrulhamento e a vigilância em áreas florestais e agrícolas em Portugal para fazer face ao agravamento do risco de incêndio em várias zonas do território nacional.
"Através das suas valências de Proteção da Natureza e do Ambiente, Proteção e Socorro, Territorial e Investigação Criminal, e face ao agravamento do perigo de incêndio em várias zonas do território nacional, encontra-se a reforçar o patrulhamento de visibilidade e a vigilância em áreas florestais e agrícolas de risco elevado, muito elevado e máximo, com o objetivo de dissuadir comportamentos negligentes e detetar precocemente situações suspeitas", lê-se no comunicado enviado à comunicação social.
A GNR assegura que está em curso um "trabalho contínuo que visa investigar todos os incêndios, no mais curto espaço de tempo".
Para denúncias ou esclarecimentos, encontra-se disponível a Linha SOS Ambiente e Território – 808 200 520, em funcionamento permanente.
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