Um militar da Guarda Nacional Republicana (GNR) morreu, na terça-feira, numa altura em que a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Portalegre estava inoperacional, tal como adianta a SIC Notícias.
De acordo com o canal, tudo começou por volta das 9 horas, quando o homem foi encontrado inanimado, na garagem da sua habitação, em Castelo de Vide, pela esposa.
A chamada de emergência foi feita às 9h09, com o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) a acionar os bombeiros locais, que chegaram ao local em sete minutos.
Foram realizadas manobras de reanimação, mas o homem, de 47 anos, foi encaminhado para o Hospital Dr. José Maria Grande, em Portalegre, com a viagem entre a sua casa e a unidade a durar 19 minutos. O óbito foi declarado no local.
O presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) Alto Alentejo, Miguel Lopes, confirmou ao canal que a viatura "não estava operacional àquela hora", mas apontou que mesmo que estivesse, "nada garante que pudesse ter tido um desfecho diferente."
A VMER não estava operacional por "falta de elemento médico", no período entre as 8h e 16h, "conforme foi dada notificação às entidades oficiais, Direção Executiva [do SNS] e ao CODU."
O Notícias ao Minuto está a tentar entrar em contacto com o INEM, por forma a obter esclarecimentos, mas ao meio que avançou com a notícia foi explicado por esta entidade que "os meios de emergência médica mais diferenciados não estavam disponíveis para intervir em tempo útil, sendo clinicamente mais benéfico para o utente o transporte para o hospital", por forma a ter o acesso mais rápidos aos cuidados de suporte avançado de vida.
Note-se que as dificuldades em garantir as escalas de médicos e enfermeiros na VMER, que são responsabilidade da ULS, já não são de agora. De acordo com o que Miguel Lopes deu conta, as dificuldades prendem-se com "questões laborais", não só relacionadas com as disponibilidades de profissionais para turnos, como também "férias e licenças de maternidade."
Ainda segundo o presidente do Conselho da Administração desta ULS os dados mais recentes dão conta de que em 10% do tempo a VMER "não tem estado disponível."
Numa nota partilhada no Facebook, a GNR de Portalegre lamentou, na terça-feira, a morte do militar. "A Unidade ficou mais pobre. Partiu um de nós. O Comando Territorial de Portalegre e a Guarda Nacional Republicana manifestam o seu pesar pela morte do nosso Camarada, o Cabo Nuno Joaquim Lourenço Dias, de 47 anos de idade", lê-se numa publicação.
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