A família de emigrantes portugueses que perdeu a vida num acidente no IP2, em Castro Verde, na madrugada de sábado, deixa outra filha, que está no Reino Unido e que telefonou à Guarda Nacional Republicana (GNR) por estranhar a ausência de resposta dos familiares.
De acordo com a SIC, esta chamada terá sido determinante na identificação das vítimas que, recorde-se, ficaram carbonizadas uma vez que o carro em que seguiam se incendiou após o embate.
Trata-se de uma família de Mourão residente em Inglaterra, com quatro elementos, assim como a companheira de um dos filhos - uma informação revelada durante a tarde de ontem, longas horas após o acidente, quando foi possível, finalmente, identificar os corpos.
No carro alugado no aeroporto de Faro seguiam o pai, com 55 anos, a mãe, de 51, os dois filhos gémeos, já nascidos em Inglaterra, com 20 anos, assim como a namorada de um deles, uma jovem polaca de 19 anos.
Tinham acabado de chegar a Portugal para passar férias, alugaram a viatura no aeroporto de Faro e seguiram em direção a Mourão, onde têm casa.
Um homem, de 26 anos, de Almodôvar, também morreu neste acidente e era o único ocupante do outro veículo envolvido na colisão frontal entre duas viaturas ligeiras de passageiros ocorrida no Itinerário Principal 2 (IP2), perto de Castro Verde, no distrito de Beja. Tratava-se de um jovem guarda-redes da associação Núcleo Sporting Clube de Portugal de Castro Verde.
Na sua página na rede social Facebook, a Câmara de Mourão, no distrito de Évora, manifestou pesar pela morte de quatro filhos da terra e decretou dois dias de luto municipal, a cumprir no domingo e na segunda-feira.
Fonte do município confirmou à Lusa que a família que morreu era constituída pelo marido, o homem de 55 anos, a mulher, de 51, e os dois filhos gémeos, de 20 anos, sendo a rapariga polaca de 19 anos companheira de um dos jovens.
"O município, em articulação com a família e forças da autoridade, designadamente o posto local da GNR de Castro Verde, tomou conhecimento oficial da identificação da matrícula da viatura em que seguiam, confirmando-se a identidade dos passageiros", na tarde de hoje, pode ler-se na publicação na rede social.
Segundo a autarquia, quatro dos ocupantes tinham "naturalidade mouranense" e a jovem estrangeira "relação de afinidade à família". "Residentes em Inglaterra, seguiam de Faro para Mourão, para as habituais e merecidas férias".
Apresentando as condolências às famílias e amigos das vítimas mortais, a Câmara de Mourão informou ainda que "todas as atividades e eventos promovidos pelo município se encontram cancelados durante todo o fim de semana".
A colisão frontal com seis mortos envolveu duas viaturas ligeiras de passageiros e aconteceu ao quilómetro 387,500 do IP2, na zona da vila de Castro Verde, tendo o alerta sido dado às autoridades às 02h06 de sábado, disse à Lusa fonte do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Baixo Alentejo.
O sinistro levou à interdição do trânsito no IP2, durante várias horas, com a circulação rodoviária a ser retomada só ao início da manhã, às 07h10, indicaram fontes do comando sub-regional e da GNR.
Os corpos das seis vítimas mortais foram levados para os serviços de medicina legal do hospital de Beja.
De manhã, fonte da GNR disse que os corpos das cinco vítimas que seguiam no veículo que ardeu ficaram carbonizados, tendo divulgado logo que a outra vítima mortal era um homem, de 26 anos.
Para o local do sinistro foram mobilizados 36 operacionais, apoiados por 16 viaturas, incluindo meios dos bombeiros, GNR, Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) - com viatura médica de emergência e reanimação e ambulância de suporte imediato de vida - e da empresa Estradas da Planície, concessionária da via.
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