O primeiro-ministro, Luís Montenegro, apelou, esta quinta-feira, à “serenidade” da população face aos incêndios que têm assolado Portugal nos últimos dias, ao mesmo tempo que ressalvou que “não temos capacidade ilimitada”.
“Temos meios. Nas situações de crise é sempre muito difícil fazer essa gestão. Não temos capacidade ilimitada", disse, em declarações a imprensa, em Valpaços.
"Temos operacionais que precisam de descansar, de se movimentar no terreno, e temos meios aéreos que respondem às necessidades que o sistema e todo o dispositivo necessita, mas que, em horas de crise, têm uma dificuldade de gestão maior. Não vale a pena, por estes dias, estarmos concentrados em polemizar, quando temos de estar concentrados em combater e em responder àquilo que é a nossa prioridade máxima, que é fazer com que sejamos capazes de proteger as pessoas e o seu património. Para isso, precisamos de todos”, continuou.
O chefe do Governo considerou que “precisamos todos de ter alguma serenidade”, enquanto assegurou que “estamos a empreender toda a nossa capacidade” no combate aos incêndios.
“Estejam cientes de que, com as elevadas temperaturas que temos tido, com os níveis baixos de humidade, com os ventos fortes que, muitas vezes, são os responsáveis pela imprevisibilidade do comportamento dos próprios fogos e da sua propagação, o que é necessário é que não haja comportamentos de risco, e que todos respeitem e façam esse esforço”, complementou.
Face às declarações do presidente da Câmara de Ponte da Barca, Augusto Marinho, que assumiu estar “indignado, revoltado” por não ter resposta aos pedidos de reforço dos meios aéreos de combate ao incêndio no Parque Nacional da Peneda-Gerês, que começou no sábado, Montenegro reiterou o apelo à “serenidade”.
“Percebo que um autarca ou um popular possa exprimir a sua preocupação, isso é perfeitamente normal, mas estamos a fazer esse esforço e isso parece-me que é indiscutível. Mais do que criar qualquer tipo de polémica, aquilo que queria era apelar à serenidade e ao espírito de unidade nacional, para podermos todos colaborar na resolução de um drama que nos preocupa a todos”, disse.
O responsável já tinha apontado que, este ano, temos “o maior dispositivo de sempre mobilizado e preparado para poder acorrer às múltiplas solicitações que, infelizmente, nos dias de maior adversidade meteorológica sempre acontecem”.
“Temos tido uma política de prevenção cada vez mais intensa, multidisciplinar”, elencou.
Recorde-se que quase todos os concelhos de Bragança, Vila Real, Guarda, Viseu, Coimbra, Castelo Branco e Faro estão hoje em perigo máximo de incêndio rural, segundo dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
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