O Comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, Mário Silvestre, diz que o incêndio em Arouca, em Aveiro, “é o que “preocupa mais” neste momento e é para onde estão a ser "encetados todos os esforços e reforço de meios”.
O incêndio que deflagrou na segunda-feira tem atualmente três frentes ativas, tendo sido necessário proceder ao confinamento da aldeia de Vila Viçosa, disseram fontes da autarquia e da Proteção Civil.
Para explicar a dimensão, Mário Silvestre deu conta de que quando um incêndio está em “capacidade de extinção” liberta até quatro mil quilowatts por hora. Neste momento, o incêndio em Arouca está a libertar vinte mil quilowatts de energia.
Bombeiros feridos em Ponte da Barca
Dois bombeiros e dois sapadores florestais sofreram esta terça-feira ferimentos ligeiros no combate ao incêndio que deflagrou na noite de sábado em Ponte da Barca, disse fonte da Proteção Civil.
Em declarações à agência Lusa, o comandante sub-regional do Vale do Ave da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Rui Costa, adiantou que, "por precaução", os quatro operacionais foram encaminhados para o hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo.
Incêndio alastra-se em Arouca
"Tivemos uma noite difícil, a situação continua a ser difícil e preocupante. Temos três frentes ativas - em Vila Viçosa, em direção a Castelo de Paiva, e em direção à freguesia de Santa Eulália", disse a presidente da Câmara de Arouca, Margarida Belém.
A autarca referiu ainda que, neste momento, a principal preocupação da Proteção Civil no combate ao fogo é a aldeia de Vila Viçosa.
Na mesma altura, Helder Silva, comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Comando Sub-Regional da Lezíria do Tejo, referiu que a aldeia de Vila Viçosa está confinada, mas não há casas em risco.
"A aldeia está confinada, os meios estão a fazer a proteção das habitações, mas sem preocupações ainda para as habitações. Mas, efetivamente, houve a necessidade de fazer o confinamento para salvaguardar as habitações", adiantou o mesmo responsável.
Incêndios em Penamacor e Lindoso "controlados"
Quanto aos incêndios em Penamacor e Lindoso, o comandante diz que a “situação está bastante controlada”, sendo que em Penamacor deve entrar em “resolução nas próximas horas”. “Às 8h00 apenas 30% do incêndio estava ativo”, acrescenta o comandante.
O de Lindoso apresenta alguns “problemas de supressão” devido à orografia complexa do terreno, que deixa algumas zonas que estão a arder completamente inacessíveis aos profissionais.
Quanto às áreas ardidas, Mário Silvestre diz que os dados preliminares indicam que em Penamacor arderam 511 hectares, enquanto que em Lindoso terão ardido até agora 2 mil hectares.
Ocorrências ativas
Mário Silvestre alertou ainda que mais de metade das ocorrências registadas (50,8%) aconteceram durante a noite. “Desde a meia noite de hoje até às 8h00 foram registadas 39 ocorrências no período noturno, o que contribui para um esforço significativo do dispositivo”, afirma o comandante.
Desde segunda-feira e até às 11h00 desta terça-feira foram registadas 175 ocorrências. Em resolução e em vigilância, estão 28 ocorrências que contam com mais de 500 operacionais e 100 veículos no terreno.
De realçar também que as autarquias Cascais e Sintra declararam alerta, e foram ativados planos de emergência e Proteção Civil em Castelo de Paiva, Arouca, Penamacor e Idanha-a-Nova.
Primeiro-ministro e MAI deslocam-se à ANEPC para acompanhar incêndios
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, e a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, vão deslocar-se à sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) para acompanharem a "situação crítica" dos incêndios.
[Notícia atualizada às 12h40]
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