Nos últimos dias Rosalina Vieira tem vindo a procurar o filho pelas ruas de Braga, depois de o homem, de 46 anos, ter desaparecido hospital a meio da semana.
Segundo conta ao Notícias ao Minuto, tudo começou na madrugada de quarta-feira, quando o filho começou a ficar violento com ela, insultando-a e ameaçando-a. A situação fez com que Rosalina chamasse as autoridades, que levaram o filho - já com um histórico de internamento por questões ligadas à saúde mental - até à unidade hospitalar bracarense.
Devido à situação, e ao facto de ele se encontrar "revoltado" com a mãe, a mulher não o acompanhou, mas Paulo terá ido acompanhado pelas autoridades.
O ex-militar da Guarda Nacional Republicana (GNR) tinha saído há três semanas da psiquiatria, onde esteve internado um mês e meio após a médica de família o ter encaminhado. Para lá, foi de "livre vontade". Mas dois dias depois, Rosalina procurou o filho e dirigiu-se até ao hospital: já não estava lá.
"O polícia viu-o, a enfermeira viu-o, disseram que tinha estado ali, mas que tinha fugido", explicou. Do hospital para junto das autoridades, esta mãe conta que foi até à GNR e também à Polícia de Segurança Pública, que "andaram à procura, mas ninguém o encontra."
"Tem medo de ser preso. Vê os carros e foge"
Rosalina refere que tem procurado o filho em muitos sítios e há até quem tenha dito que já o viu. Num estabelecimento terá pedido comida, mas quando esta chegou à mesa o filho já não estaria sentado à espera.
"Tem dez euros com ele. Não tem dinheiro. Nem para a comida", diz, detalhando: "Já corri a cidade toda. Fui lá acima até à Universidade do Minho, vim junto ao rio. Sempre a ver se o via."
Esta mãe conta ainda que, devido à situação violenta que a obrigou a chamar as autoridades o filho, "tem medo de ser preso e vê os carros da polícia e foge", e que por isso espera que os agentes o procurem com "carros descaracterizados".
Há vários anos que Paulo está "depressivo"
Ao Notícias ao Minuto, Rosalina Vieira conta que já há vários anos que o filho estava "mais violento e depressivo", tendo esta situação começado quando o filho foi "mandado embora" do posto onde trabalhava, no Porto. Segundo o que conta, sem conseguir precisar em que ano foi, o filho "andava todo inclinado, torto", o que impossibilitava de fazer o seu trabalho como agente da GNR. Terá sido consultado por especialistas, tanto no Norte como também em Lisboa, mas Rosalina explica que foi o fim da sua carreira: "Mandaram-no embora. Ficou revoltado."
O homem foi ficando cada vez mais desmotivado e foi em dezembro passado, após a morte de dois familiares próximos, que a situação piorou, tendo este ficando "mais violento e depressivo."
Foi nessa altura que se mostrou preocupado com a sua situação de saúde mental, dizendo que poderia ter Alzheimer, algo que a mãe rejeitou, mas perante a situação começou a aperceber-se de que "ele não estava bem."
Esta situação levou a que depois procurasse ajuda e fosse internado, tal como referido acima.
O Notícias ao Minuto está a tentar entrar em contacto com o Hospital de Braga e a Polícia de PSP de Braga. Já o Comando Territorial de Braga da GNR confirma que "familiares" do homem dirigiram-se ao posto para dar conta do desaparecimento de Paulo, mas "como se trata da zona de ação da PSP", as diligências prosseguem com aquela força de segurança.
No entanto, explica a mesma fonte, já surgiram alguns telefonemas para a GNR dando conta de que o ex-militar da GNR tinha sido visto, em "zonas dispersas".
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