Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, que falava aos jornalistas em São Tomé, a delegação portuguesa "vai ser definida no momento oportuno", em função dos "temas que forem tratados e a forma como eles forem tratados" na Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em Bissau.
"Em função disso, Portugal estará sempre representado, veremos quem é que vai representar Portugal", acrescentou.
A uma semana da Cimeira de Bissau, interrogado sobre o motivo para esta hesitação, o Presidente da República reiterou que está em causa "é saber que temas é que serão e saber qual o contributo que pode ser dado na resolução desses temas", o que será falado "nos próximos dias".
De acordo com o chefe de Estado português, "é um processo em contínuo, não é só com Portugal, é com todos os países-membros".
Questionado se há aqui um problema diplomático, respondeu: "Não, nenhum".
Marcelo Rebelo de Sousa chegou hoje a São Tomé e Príncipe para participar nas comemorações dos 50 anos da independência deste país, no sábado.
O chefe de Estado português não esclareceu se foi abordado sobre a presença na XV Cimeira da CPLP pelo Presidente da Guiné-Bissau, Sissoco Embaló, mas referiu que os dois se têm cruzado em várias cerimónias comemorativas das independências de antigas colónias portuguesas: "Nos últimos 15 dias, já nos vimos para aí não sei quantas vezes".
Na XV Cimeira da CPLP, em Bissau, marcada para a próxima sexta-feira, a Guiné-Bissau irá assumir a presidência rotativa da CPLP por dois anos, sucedendo a São Tomé e Príncipe, e deverá ser decidida a presidência seguinte.
A CPLP tem nove Estados-membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial -- cuja adesão, em 2014, criou polémica, e que ainda não exerceu a presidência rotativa da comunidade.
Desde a criação da CPLP, em 1996, há quase 30 anos, Portugal esteve sempre representado ao mais alto nível nas cimeiras desta comunidade de países, com a participação conjunta de Presidente da República e primeiro-ministro, com uma exceção, em 2004, quando o chefe do Governo, recém-empossado, não participou.
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