O grupo palestiniano Hamas afirmou esta sexta-feira, num comunicado publicado no Telegram e citado pela Al Jazeera, que "está pronto para um acordo abrangente de libertação de todos os prisioneiros da ocupação em troca do fim da guerra e da retirada das tropas" israelitas.
O Hamas considerou que tem mostrado flexibilidade nas negociações, através dos mediadores do Egito e do Qatar, com o objetivo de ter um acordo de cessar-fogo "bem sucedido".
Apesar disto, o grupo palestiniano deixou uma advertência ao primeiro-ministro israelita, sobre a possibilidade de alargamento da ofensiva de Telavive com a ocupação da Cidade de Gaza.
"Alertamos a ocupação [Israel] que ocupar a Cidade de Gaza é uma aventura que lhe vai sair caro e que não será fácil", continuou o comunicado, acrescentando que o Hamas não pretende render-se às forças de Israel.
"Os planos e ilusões de Netanyahu vão falhar", concluiu o grupo palestiniano.
O gabinete de segurança de Israel aprovou na madrugada desta sexta-feira uma proposta do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para a ocupação militar da cidade de Gaza, no norte do enclave.
Horas antes da reunião, Netanyahu disse à emissora norte-americana Fox News que o objetivo era ocupar toda a Faixa de Gaza, mas que não tencionava mantê-la ou governá-la, mas sim garantir um "perímetro de segurança".
Vários meios de comunicação israelitas, incluindo o de grande circulação Yedioth Ahronoth, afirmam que o que foi aprovado foi a ocupação total da Faixa de Gaza.
Em resposta, o Hamas disse que os "planos para ocupar a cidade de Gaza e de retirar os habitantes locais constitui um novo crime de guerra que o exército de ocupação pretende cometer contra a cidade e os seus quase um milhão de habitantes". E alertou ainda que , se Telavive expandir a ofensiva em Gaza, tal significa "sacrificar" os reféns que continuam lá retidos.
"Israel compreendeu que a extensão da agressão significa o sacrifício deles, revelando uma imprudência em relação à vida dos prisioneiros por objetivos políticos que já fracassaram", afirma o movimento islâmico, que ainda mantém 49 reféns, dos quais 27 são considerados mortos.
[Notícia atualizada às 16h11]
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