Acesso a reféns? Hamas permite se forem "abertos corredores humanitários"

O movimento islamita palestiniano Hamas afirmou hoje que só permitirá o acesso do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) aos reféns israelitas se forem abertos corredores humanitários para o território palestiniano, indicou o seu braço armado.

Hamas

© MAHMUD HAMS/AFP via Getty Images

Lusa
03/08/2025 21:28 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"As Brigadas Al-Qassam estão prontas para responder positivamente e aceitar qualquer pedido da Cruz Vermelha para entregar alimentos e medicamentos aos prisioneiros inimigos", lê-se num comunicado.

 

"Para aceitar isso, estipulamos que devem ser abertos normal e permanentemente corredores humanitários para a passagem de alimentos e medicamentos para todo o nosso povo em todas as zonas da Faixa de Gaza", estabelece como condição o grupo islamita palestiniano.

O chefe do Governo israelita, Benjamin Netanyahu, pedira hoje à Cruz Vermelha para fornecer alimentos e assistência médica imediata aos reféns mantidos pelo Hamas em Gaza.

O Hamas divulgou no sábado um vídeo intitulado "Eles comem o que nós comemos", com imagens do refém israelita Evyatar David, pela última vez visto em fevereiro e visivelmente debilitado, aparentemente fechado num túnel, alternadas com imagens de crianças subnutridas em Gaza e de Netanyahu.

"O Governo de ocupação decidiu matá-los à fome", escreveram as brigadas Al-Qassam, na plataforma digital Telegram, onde divulgou o vídeo.

Na quinta-feira, a Jihad Islâmica Palestiniana partilhou um vídeo do refém Rom Braslavski em lágrimas, exigindo que Israel permita a entrada de alimentos no território palestiniano destruído pela guerra que Israel ali trava desde 07 de outubro de 2023, em retaliação ao ataque de milícias do Hamas realizado no mesmo dia a território palestiniano que fez cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.

Evyatar David, de 24 anos, e Rom Braslavski, de 22 - dois dos 20 reféns presumivelmente ainda vivos, além de 30 mortos - foram sequestrados quando se encontravam num festival de música, no ataque do Hamas que desencadeou a guerra em Gaza.

Até agora, os bombardeamentos e ofensivas terrestres fizeram 60.839 mortos e 149.588 feridos, na maioria civis, além de milhares soterrados sob os escombros, segundo os mais recentes dados das autoridades locais, considerados pela ONU fidedignos.

Prosseguem também diariamente as mortes por fome, causadas pelo bloqueio de ajuda humanitária durante quase três meses, seguido da proibição israelita de entrada no território de agências humanitárias da ONU e organizações não-governamentais (ONG).

Alguns mantimentos estão desde então a entrar a conta-gotas e a ser distribuídos em pontos considerados "seguros" pelo Exército, que regularmente abre fogo sobre civis palestinianos desesperados para obter comida, fazendo milhares de mortos e feridos.

Há muito que a ONU declarou o território mergulhado numa grave crise humanitária, com mais de 2,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" e "o mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela organização em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

Já no final de 2024, uma comissão especial da ONU tinha acusado Israel de genocídio em Gaza e de estar a usar a fome como arma de guerra - acusação logo refutada pelo Governo israelita, mas sem apresentar quaisquer argumentos.

Após um cessar-fogo de dois meses, o Exército israelita retomou a ofensiva na Faixa de Gaza a 18 de março e apoderou-se de vastas áreas do território, tendo o Governo anunciado, no início de maio, um plano para "conquistar" Gaza, que Israel ocupou entre 1967 e 2005.

A 26 de julho, Israel comprometeu-se a "pausas táticas" de dez horas diárias nas zonas mais povoadas da Faixa, como a cidade de Gaza (norte), Deir Al-Balah (centro) e a costa de Mawasi (sul), e a estabelecer rotas seguras para a entrada de camiões de ajuda.

Desde então, todos os dias se registaram ataques a esses pontos nas horas em que Israel deveria observar tais pausas, além de que também não definiu rotas seguras para a entrada de ajuda humanitária.

Leia Também: Netanyahu pede "alimentos e assistência médica" para reféns do Hamas

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