Amnistia acusa Irão de usar munições de fragmentação proibidas

A organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional (AI) acusou hoje o Irão de usar munições de fragmentação na "Guerra dos 12 Dias", em junho passado, contra Israel, violando o direito internacional humanitário.

Amnistia Internacional

© ShutterStock

Lusa
25/07/2025 16:14 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Israel/Irão

"No mês passado, as forças iranianas dispararam mísseis balísticos cujas ogivas continham submunições [artefactos explosivos libertados por uma bomba de fragmentação ou outra arma de dispersão] contra áreas residenciais populosas de Israel, em ataques que colocaram em risco a vida de civis", denunciou a organização não-governamental (ONG), em comunicado.

 

A AI adiantou ter analisado fotografias e vídeos que mostram munições de fragmentação e que, segundo relatos da imprensa, atingiram a área metropolitana de Gush Dan, nos arredores de Telavive, a 19 de junho.

"Além disso, as cidades de Beersheba, no sul de Israel (20 de junho), e Rishon LeZion, ao sul de Telavive (22 de junho), também foram atingidas por munições que deixaram várias crateras de impacto consistentes com as submunições vistas em Gush Dan", afirmou.

A ONG referiu que "essas submunições atingiram uma escola e um campo de basquetebol em Beersheba, mas não foram registados mortos ou feridos".

A utilização deste tipo de munições indignou a AI até porque, muitas vezes, permanecem por detonar, mas letais depois do fim de um conflito.

"As munições de fragmentação são armas indiscriminadas por natureza e nunca devem ser utilizadas. Ao utilizar tais armas em áreas residenciais povoadas ou nas proximidades, as forças iranianas colocaram em risco a vida de civis e demonstraram um claro desrespeito pelo direito internacional humanitário", afirmou a diretora sénior de Investigação, Advocacia, Política e Campanhas da Amnistia Internacional, Erika Guevara Rosas.

"Os civis, em particular as crianças, correm maior risco de ferimentos ou morte devido às submunições não detonadas. O uso deliberado dessas armas indiscriminadas pelas forças iranianas é uma violação flagrante do direito internacional humanitário", sublinhou.

A AI lembrou ainda que o direito internacional humanitário consuetudinário proíbe o uso de armas indiscriminadas, e que lançar ataques indiscriminados que matam ou ferem civis constitui um crime de guerra.

No dia 13 de junho, Israel atacou Teerão, causando pelo menos 78 mortos, incluindo líderes militares e cientistas, e centenas de feridos.

Os ataques israelitas, efetuados por 200 aviões contra uma centena de alvos, atingiram sobretudo Teerão e a central de enriquecimento de urânio de Natanz.

No mesmo dia, o Irão retaliou lançando centenas de mísseis contra território israelita, nomeadamente Telavive e Jerusalém, que mataram pelo menos três pessoas e deixaram dezenas de feridos.

Israel explicou a ofensiva com a necessidade de travar a criação iminente de uma bomba atómica iraniana.

Durante quase duas semanas, os dois países atacaram-se mutuamente, com mais de 450 mortos do lado iraniano, incluindo responsáveis militares e cientistas do programa nuclear, e cerca de 25 do lado israelita.

O conflito teve um desenvolvimento inesperado quando, no dia 21, os Estados Unidos bombardearam três instalações nucleares iranianas, o que levou Teerão a prometer vingança.

Dois dias depois, o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que Israel e Irão tinham chegado a acordo para um "cessar-fogo completo e total".

Leia Também: Irão reafirma direito de enriquecer urânio antes de reunião com europeus

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