O presidente ucraniano, Volodymr Zelensky, anunciou, esta segunda-feira, que decorrerá uma nova ronda de negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia na quarta-feira, na Turquia.
"Hoje, discuti com Rustem Umerov [secretário do Conselho de Segurança] os preparativos para um intercâmbio e outra reunião na Turquia com a parte russa. Umerov informou que a reunião está agendada para quarta-feira. Amanhã teremos mais pormenores", escreveu o chefe de Estado ucraniano, no habitual discurso noturno à nação.
Zelensky salientou ainda que "todos os que trabalham para proteger vidas e limitar o potencial de guerra da Rússia estão a trabalhar para alcançar a paz", ao mesmo tempo que se mostrou "grato a todos os parceiros que estão a insistir em novas e mais fortes sanções, incluindo sanções secundárias", contra Moscovo.
"Não se deixem enganar pela bravata da Rússia - eles estão de facto a sentir o impacto das sanções. E tem de pôr termo à sua agressão. A Rússia tem de acabar com esta guerra que começou. Só a Rússia precisa desta guerra. Haverá definitivamente paz. Agradeço a todos os que estão com a Ucrânia! Agradeço aos nossos soldados!", complementou.
Recorde-se que, também esta segunda-feira, a presidência russa declarou-se pronta para novas conversações de paz com a Ucrânia, ainda que tenha admitido não ter nenhuma data definida e que seria necessário "muito trabalho" para reconciliar as posições.
"Somos a favor da realização de uma terceira ronda [após duas reuniões mal sucedidas em Istambul, realizadas em maio e junho]. Assim que for definida uma data, informaremos", avançou o porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov.
O responsável ressalvou que a composição da delegação russa, chefiada pelo conselheiro presidencial Vladimir Medinsky, não irá sofrer alterações e reiterou que a Rússia considera adequado realizar a terceira ronda de negociações em Istambul, a mesma cidade que acolheu as duas primeiras reuniões.
Note-se que o último encontro entre negociadores russos e ucranianos em Istambul aconteceu a 2 de junho, duas semanas após a primeira reunião, mas as negociações resultaram apenas em algumas trocas de prisioneiros, sem avanços substanciais.
O Kremlin defende que qualquer acordo de paz deve incluir a retirada da Ucrânia das quatro regiões que a Rússia anexou ilegalmente em setembro de 2022, embora nunca as tenha controlado na totalidade. Exige ainda que Kyiv renuncie à adesão à NATO e aceite limites rigorosos às suas forças armadas - exigências rejeitadas tanto por Kyiv como pelos seus aliados ocidentais.
No dia 14 de julho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou a Rússia com tarifas severas caso não aceite um acordo de paz num prazo de 50 dias, e anunciou um novo canal para envio de armamento norte-americano à Ucrânia, após meses de negociações falhadas.
[Notícia atualizada às 19h30]
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