O senador do Estados Unidos, Lindsey Graham, deixou, no domingo, um aviso ao presidente russo Vladimir Putin, dizendo que está na linha para levar uma 'coça' do presidente norte-americano, Donald Trump, caso Moscovo não se sente à mesa de negociações para terminar com a guerra na Ucrânia.
"Trump tem sido duro com o Irão, que é incrivelmente perigoso, mas eles estão num estado enfraquecido. E Putin, a tua vez está a chegar", disse o senador em entrevista ao programa 'Sunday Night In America With Trey Gowdy' da Fox News.
Lindsey Graham referiu que "Donald Trump é o Scottie Scheffler (um jogador de golfe norte-americano) da política americana e da diplomacia internacional. "Ele está prestes a dar-te [a Putin] um 'coça'".
De recordar que, no dia 14 de julho, após ter estado reunido com o secretário-geral da NATO, o presidente dos Estados Unidos deixou um alerta ao seu homólogo russo, dizendo que se não houver um acordo de paz com a Ucrânia dentro de 50 dias, serão aplicada "tarifas muito severas" à Rússia.
"Aplicaremos tarifas muito severas [à Rússia] se não tivermos um acordo em 50 dias [com a Ucrânia]. Se não tivermos um acordo dentro de 50 dias, é muito simples, [os impostos alfandegários] serão de 100% e ponto final", avisou.
Nesse dia, Trump realçou também estar "desapontado" com Vladimir Putin. "Estou desapontado com o presidente Putin, porque pensei que teríamos um acordo, há dois meses. Mas isso não parece estar a acontecer".
Ucrânia propôs nova ronda de negociações com Rússia: "É necessária"
A Ucrânia propôs, para a próxima semana, uma nova ronda de negociações com a Rússia, que estão suspensas desde junho, avançou no sábado o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Na mensagem diária transmitida ao país, Zelensky explicou que a proposta foi feita pelo secretário do Conselho de Segurança ucraniano, Roustem Oumerov, esclarecendo ainda que quer negociar diretamente com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
"É necessária uma reunião ao mais alto nível para garantir verdadeiramente a paz", afirmou, mas sem adiantar uma data exata.
Na semana passada, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que a Rússia está disposta a negociar com a Ucrânia, mas precisa de tempo face às declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que prometeu armas para Kyiv e deu 50 dias para Putin pôr fim ao conflito.
"As declarações do presidente [dos Estados Unidos, Donald] Trump são muito sérias. Parte delas foram dirigidas pessoalmente a [o homólogo russo, Vladimir] Putin. É claro que precisamos de tempo para analisar o que foi dito em Washington. Se ou quando o Presidente Putin considerar necessário, ele comentará", disse.
Resolução do conflito com Ucrânia "é processo longo"
Já este domingo, dia 20 de junho, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, adiantou que a resolução do conflito da Ucrânia seria "um processo longo", que "requer esforço" e que "não é fácil".
Ao mesmo tempo, garantiu que o presidente russo, Vladimir Putin, quer resolver o conflito por via pacífica, mas sem deixar cair os objetivos "compreensíveis, evidentes e constantes" definidos por Moscovo.
Recorde-se que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, dando início a uma guerra que já causou dezenas de milhares de vítimas civis e militares de ambos os lados, segundo várias fontes.
Ao lançar a invasão, Putin disse que visava "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho.
Nas conversações já realizadas, a Rússia exige que a Ucrânia não adira à NATO e que reconheça a soberania russa nas regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporíjia e Kherson, anexadas em 2022, e na Crimeia, que conquistou em 2014.
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