"Pedimos ajuda à UE para combater os incêndios", salientou o ministro sírio para as Situações de Emergência e Desastres, Raed al-Saleh, citado pelos meios de comunicação estatais.
Aviões enviados pelo Chipre são esperados hoje para ajudar a conter os incêndios, acrescentou.
As equipas de bombeiros da Jordânia, Turquia e Líbano já se juntaram aos seus homólogos sírios, que enfrentam condições particularmente difíceis.
As temperaturas elevadas, ventos fortes, terreno montanhoso íngreme e a presença de minas num país devastado por anos de guerra são fatores que dificultam o combate.
De acordo com Saleh, "as condições meteorológicas estão a contribuir significativamente para a propagação dos incêndios".
"Ventos fortes espalharam os incêndios durante a noite para Ghassaniyeh, uma aldeia na região de Latakia", onde as equipas de resgate conseguiram evacuar mulheres e crianças e conter o incêndio com a ajuda dos habitantes locais, frisou.
Os incêndios "reduziram a cinzas aproximadamente 100 quilómetros quadrados de florestas e terras agrícolas, representando mais de 3% da cobertura florestal total da Síria", detalhou à agência France-Presse (AFP) o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês) na Síria.
Segundo a mesma fonte, cerca de 5.000 pessoas foram afetadas por estes incêndios na região de Latakia, onde várias cidades foram retiradas.
Os incêndios não causaram vítimas.
Durante uma visita à região, o ministro do Interior, Anas Khattab, citou "suspeitas quanto ao envolvimento de certos indivíduos" nos incêndios, acrescentando que as investigações vão determinar se alguns incêndios foram provocados deliberadamente e que os incendiários seriam responsabilizados.
Quase sete meses após a deposição do Presidente Bashar al-Assad, a Síria continua profundamente marcada por mais de uma década de guerra que devastou a sua economia e as suas infraestruturas.
À medida que as alterações climáticas aumentam a frequência e a intensidade das secas e dos incêndios em todo o mundo, a Síria tem sido também afetada pelas ondas de calor e pela escassez de chuvas.
Em junho, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês) revelou à AFP que a Síria "não experimentava condições meteorológicas tão adversas há 60 anos".
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