"A iniciativa tem como objetivo apoiar mulheres não apenas na superação das crises, mas também para liderarem a reconstrução das suas comunidades", disse Sissel Idland, ministra conselheira da Noruega em Moçambique, durante assinatura de um memorando de financiamento, em Maputo, com a Organização das Nações Unidas para a Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres(ONU Mulheres), que vai implementar a iniciativa.
O projeto, denominado "Ela Lidera a Paz", será implementado em 14 distritos das províncias afetadas por conflitos, nomeadamente Cabo Delgado e Nampula, no norte de Moçambique, Manica e Sofala, no centro do país.
A iniciativa, a decorrer nos próximos dois anos, visa consolidar a participação e liderança significativa de mulheres e raparigas afetadas por conflitos no processo de paz, segurança e recuperação, esperando-se alcançar 71 mil pessoas, das quais 11 mil beneficiárias diretas e 60 mil indiretas.
"O projeto trabalhará em estreita colaboração com líderes tradicionais e instituições públicas para enfrentar normas de género e garantir que as mulheres tenham voz nas decisões que afetam as suas vidas", indica um comunicado distribuído no evento.
"Ela Lidera a Paz" será implementado através de formações em liderança e advocacia, acesso a serviços jurídicos e apoio psicossocial, formação profissional e atribuição de subsídios, permitindo que mulheres iniciem pequenos negócios e outras iniciativas.
O Reino da Noruega e a ONU Mulheres consideram que "a paz se torna mais duradoura quando as mulheres participam ativamente na sua construção", referindo ainda que o foco do projeto na liderança, força e resiliência das mulheres e raparigas moçambicanas "é oportuno e necessário" em contextos de conflito contínuo.
"Em todo o país, as mulheres já estão envolvidas na resolução de conflitos, a apoiar as suas comunidades e a ajudar outras pessoas a curar-se. Com o apoio adequado, o seu impacto pode ser ainda maior", lê-se ainda no documento, no qual se refere que a iniciativa oferece uma "verdadeira esperança para um futuro mais pacífico, inclusivo e equitativo" em Moçambique.
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