Queixas sobre os transportes aumentam: "Baratas subiam pelas pernas"

Só entre 1 de janeiro e 20 de julho de 2025, foram feitas 1.172 reclamações no Portal da Queixa dirigidas ao setor.

paragem de autocarro, transportes públicos

© Global Imagens

Carolina Pereira Soares
26/07/2025 11:33 ‧ há 9 horas por Carolina Pereira Soares

Economia

Transportes

Os utilizadores de transportes públicos em Portugal estão cada vez mais descontentes com as condições de higiene nos veículos coletivos.

 

Só entre 1 de janeiro e 20 de julho de 2025, foram feitas 1.172 reclamações no Portal da Queixa dirigidas ao setor, que engloba a categoria “Transportes Coletivos de Passageiros” e “Comboio e Metropolitano".

A primeira razão que leva os passageiros a fazer é uma reclamação prende-se com o mau funcionamento dos transportes - representa 27,4% das queixas.

Mas a falta de higiene segue muito de perto, a motivar 23% das reclamações. Ora, contas feitas, são cerca de 270 queixas só por causa de más condições de higiene.

Passageiros relatam a presença de baratas nos transportes públicos

Ao Portal da Queixa diversas queixas de falta de higiene nos transportes, nomeadamente de acumulação de lixo e de odores desagradáveis.

Mas chegam também relatos mais graves: de testemunhas que viram baratas no interior dos veículos, que contam situações de infestação.

Ana Apolinário descreveu que num autocarro da Carris Metropolitana havia baratas a subir pelas pernas dos passageiros. A situação terá acontecido em maio, na zona de Sete Rios. “Foram avistadas BARATAS no chão do veículo que, inclusivamente, subiam pelas pernas dos passageiros”, conta. “As baratas eram de tamanho pequeno, cerca de 1 - 1,5 cm, sendo várias, o que sugere que possa existir uma colónia”, acrescenta na denúncia.

Uma outra reclamação, de André Soares conta que a situação não é muito diferente nos autocarros da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), afirmando que “é com frequência” que se depara com a presença de baratas. E acrescenta: “Além disso, é particularmente preocupante a atitude de alguns motoristas, que, perante o desconforto e indignação dos passageiros, encaram a situação com naturalidade, chegando mesmo a rir-se das reações de nojo e susto.”

Quais são as entidades com mais queixas?

A Carris Metropolitana é a entidade com mais queixas no portal, tendo um total de 19,97% das reclamações. É seguida de perto pela CARRIS (com 18,52%) e logo de seguida surge a CP - Comboios de Portugal (com 16,98%).

Pelo meio da tabela surge a UNIR, que opera no distrito do Porto (13,48%), a Fertagus (9,64%) e a STCP (4,44%).

Com o menor número de denúncia surge o Metro do Porto  (4,18%), o Metro de Lisboa (3,41%), os Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (2,39%) e os Transportes Coletivos do Barreiro (2,05%).

Na sua maioria, as queixas têm origem das regiões de Lisboa, Porto e Setúbal, onde há densidade populacional também é maior.

A maioria dos passageiros que efetua as reclamações são mulheres (56,51%) e consumidores com idades entre os 25 e os 54 anos.

Reclamações já aumentaram este ano

O número de queixas, especialmente nos meses de abril, maio e junho deste ano, aumentou significativamente quando comparado com 2024 - houve um crescimento de 27,21% das queixas em relação ao ano anterior.

Em junho, o número de denúncias aumentou para mais de metade, tendo em conta 2024, com uma subida de 57,81 das queixas.

A falha ou má qualidade do serviço dos transportadores, como mencionado acima, é a queixa mais comum, seguido pela falta de higiene.

São seguidos por queixas de atrasos e interrupções (14,68%), atendimento ao cliente ineficiente (11,86%), questões financeiras e contratuais (9,3%), falta de segurança (8,7%) e falhas técnicas e operacionais (3,75%).

O fundador do Portal da Queixa, Pedro Lourenço, aponta que este ano “quase um em cada quatro reclamações relacionadas com o setor denunciam situações de insalubridade, sendo algumas verdadeiramente alarmantes, como a presença de baratas.”

Pedro Lourenço considera que os dados deviam ser um alerta para as entidades de transportes públicos “que não podem continuar a ignorar uma questão tão básica” como é a da higiene em veículos coletivos.

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