Bruxelas atualiza na 2.ª dados económicos afetados por tensões comerciais

A Comissão Europeia vai divulgar na segunda-feira as suas previsões económicas de primavera marcadas pela incerteza causada pelas tensões comerciais devido aos anúncios de tarifas norte-americanas, tendo já previsto impactos negativos no Produto Interno Bruto (PIB).

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Lusa
16/05/2025 18:39 ‧ há 10 horas por Lusa

Economia

UE/Previsões

Após ter adiado por uns dias a apresentação destas projeções, argumentando que necessitava de mais tempo para o trabalho técnico devido à incerteza económica, o executivo comunitário apresenta na segunda-feira de manhã as previsões de crescimento económico da zona euro e da União Europeia (UE), com indicadores para todos os Estados-membros e outras grandes economias.

 

Esta será a primeira apresentação desde os anúncios norte-americanos no início do ano de pesadas tarifas à UE -- já que as últimas previsões foram divulgadas em novembro passado -- e prevê-se que a Comissão Europeia calcule o real impacto.

O comissário europeu da Economia, Valdis Dombrovskis, disse esta semana ser "evidente que os anúncios de tarifas dos Estados Unidos e a incerteza que estes provocaram afetam negativamente as perspetivas de crescimento e investimento da UE para este ano".

"Os riscos também parecem estar inclinados para o lado negativo", reforçou.

As previsões macroeconómicas da Comissão Europeia deverão então ser influenciadas pelas políticas protecionistas dos Estados Unidos devido a esta imposição de tarifas elevadas à UE, o que tem desencadeado tensões comerciais e instabilidade nos mercados financeiros e receios de desaceleração económica e inflação persistente.

Cálculos da Comissão Europeia, divulgados em meados de abril, dão conta de que os novos direitos aduaneiros norte-americanos podem implicar perdas de 0,8% a 1,4% no PIB dos Estados Unidos até 2027, sendo esta percentagem de 0,2% do PIB no caso da UE.

No pior cenário, isto é, se os direitos aduaneiros forem permanentes ou se houver outras contramedidas, as consequências económicas serão mais negativas, de até 3,1% a 3,3% para os Estados Unidos e de 0,5% a 0,6% para a UE.

Em termos globais, o executivo comunitário estima uma perda de 1,2% no PIB mundial e uma queda de 7,7% no comércio mundial em três anos.

Este é um momento de tensões comerciais, após os anúncios de Donald Trump de imposição de taxas de 25% para o aço, o alumínio e os automóveis europeus e de 20% em tarifas recíprocas ao bloco comunitário, estas últimas, entretanto, suspensas por 90 dias.

A suspensão acalmou os mercados, que chegaram a registar graves perdas, e foi saudada e secundada pela UE, que suspendeu, durante o mesmo período e até meados de julho, as tarifas de 25% a produtos norte-americanos em resposta às aplicadas pelos Estados Unidos ao aço e alumínio europeus.

A Comissão Europeia, que detém a competência da política comercial da UE, tem optado pela prudência e essa cautela é apoiada por países como Portugal.

Bruxelas quer, nesta pausa de 90 dias, conseguir negociar com Washington, tendo já proposto tarifas zero para bens industriais nas trocas comerciais entre ambos os blocos.

Ainda assim, na semana passada e preparando-se para o pior, a Comissão Europeia já propôs uma lista de bens industriais e agrícolas dos Estados Unidos, num valor de 95 mil milhões de euros, para taxar caso as negociações com Washington não resultem, e avançou com um litígio junto da Organização Mundial do Comércio.

Atualmente, 379 mil milhões de euros em exportações da UE para os Estados Unidos, o equivalente a 70% do total, estão sujeitos às novas tarifas (incluindo as suspensas temporariamente) desde que a nova administração dos Estados Unidos tomou posse.

Nas previsões económicas divulgadas em novembro passado, Bruxelas estimou que o PIB do euro cresça 1,3% este ano, piorando pela terceira vez consecutivo tal projeção (após estimativas de 1,4% e de 1,5%).

Leia Também: LGBTIQ. Bruxelas apresenta este ano nova estratégia contra discriminação

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