O GP da Hungria de Fórmula 1 foi mais um capítulo das dificuldades de Lewis Hamilton nesta primeira época com a Ferrari. O sete vezes campeão do mundo disse, inclusive, que se sentia "inútil", após uma qualificação paupérrima.
Enquanto Charles Leclerc obteve a pole position para o GP da Hungria no outro Ferrari, o britânico não foi além do 12.º lugar na grelha de partida.
E, após a qualificação no Hungaroring, desabafou aos microfones da Sky Sports F1: "Sou inútil, absolutamente inútil. A equipa não tem um problema, viram que o carro está na pole".
A corrida magiar foi difícil para ambos os Ferrari, mas Hamilton em particular não fez quaisquer avanços e cortou a meta na mesma posição em que partiu - falhando os pontos pela primeira vez este ano, excetuando o GP da China em que foi desclassificado por motivos relacionados ao carro.
Apesar deste resultado, após a prova do passado domingo o britânico deixou a garantia de que ainda não está desencantado com a F1: "Não, ainda adoro correr", frisou à Sky Sports F1.
O que diz a Ferrari?
Na sequência do desapontante GP da Hungria, o chefe de equipa da Ferrari, Frédéric Vasseur, veio a público garantir que não vê qualquer desmotivação em Hamilton: "Não preciso de o motivar, para ser honesto. Ele está frustrado, mas não desmotivado, é completamente diferente", garantiu o francês, citado pelo site oficial do campeonato.
Homem-forte da F1 apoia Hamilton
Stefano Domenicali, presidente e diretor-executivo da Fórmula 1, também comentou a situação de Hamilton. Em declarações prestadas à Sky Sports F1, o italiano - que chegou a liderar a Ferrari - disse: "Primeiro que tudo, o Lewis é uma joia, ele é um atleta incrível, por isso, independentemente se é um momento difícil, ele irá reagir, e tenho a certeza de que ele irá mostrar o motivo pelo qual ainda está aqui. Ele quer alcançar o oitavo título, e irá triunfar outra vez".
Quase 20 anos de carreira
Lewis Hamilton estreou-se na Fórmula 1 há 18 anos e logo impressionou, lutando pelo título no ano de estreia contra rivais como Fernando Alonso (com quem teve uma relação conturbada enquanto colega de equipa na McLaren) e Kimi Räikkönen.
Um ano mais tarde, o britânico foi campeão pela primeira vez A Red Bull dominou as épocas seguintes e, em 2013, Hamilton chegou à Mercedes. A equipa era do meio do pelotão, ao contrário da McLaren na altura, pelo que muitos foram céticos quanto à decisão.
A verdade é que se provou certa. Em 2014, começou a era híbrida e a formação prateada teve um monolugar dominador desde o início até 2020 - o que permitiu ao piloto do dorsal 44 ser campeão por seis vezes nessas sete épocas.
Em 2021, esteve muito perto de se tornar no recordista de títulos. Mas, entretanto, começava a surgir cada vez mais a oposição da Red Bull e de Max Verstappen - que levou de vencida, num final muito controverso em Abu Dhabi.
A equipa austríaca dominou de 2022 a 2024, enquanto a Mercedes passou a lutar para ser a segunda força do pelotão. Isso refletiu-se nos resultados de Hamilton - que, ainda assim, continuou a ser presença assídua nos pódios.
Em 2024, teve a sua pior época de sempre, ao ser sétimo (com duas vitórias). No início desse ano, tinha anunciado a saída para a Ferrari em 2025. Agora, está na equipa de Maranello, onde apesar de estar a ser presença assídua entre os seis primeiros, não tem conseguido os resultados e prestações esperadas. O bom desempenho na China, onde ganhou até a corrida Sprint, foi mais exceção do que regra.
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