"Ontem decidi desfiliar-me do PAN. O PAN atual é um partido sem rumo, completamente à deriva, cujo único farol parece ser um qualquer assento que se assemelhe a poder - seja onde for, seja com quem for", anunciou Carlos Macedo, através das redes sociais.
O dirigente integrava este órgão máximo entre congressos eleito pela lista opositora da porta-voz, Inês de Sousa Real, e era militante do PAN desde meados de 2011.
"Depois do incompreensível acordo, em 2023, com o PSD e o CDS na Madeira, este ano o PAN repete o desastre, ao integrar a coligação para as eleições autárquicas em Faro com o PSD, a IL e o CDS. Sim, o CDS, o CDS que dá tudo por uma tourada. Mas, se em Faro a coligação é com o PSD, o CDS e a IL, no concelho ao lado é com o Livre e o BE. Que falta de coerência", criticou.
Do ponto de vista interno, segundo Carlos Macedo, "tudo se faz para ferir a liberdade de opinião, com a chamada 'lei da rolha', enquanto o Congresso vai sendo sucessivamente adiado, com justificações de mau pagador".
"Não podia terminar sem uma palavra de gratidão a todas as pessoas que confiaram em nós, nos seus votos -- até mesmo às pessoas de outros partidos. A luta não para. Estarei sempre disponível para lutar pela liberdade", afirmou, depois de recordar as várias responsabilidades assumidas em diferentes atos eleitorais.
Esta é assim a quinta saída de órgãos dirigentes do partido liderado por Inês de Sousa Real desde as legislativas de 18 de maio.
A última foi conhecida em 26 de maio e foi a cabeça de lista do PAN por Viseu nas eleições legislativas de 2024, Carolina Pia, que se demitiu da Comissão Política Nacional em divergência com a direção.
Anabela Castro e Nuno Pires anunciaram a sua saída do mesmo órgão logo no dia das eleições e Pedro Fidalgo Marques anunciou em 24 de maio a sua saída da comissão política permanente, embora mantendo-se na Comissão Política Nacional.
Em 23 de maio, quando eram conhecidas apenas as saídas dos primeiros dois dirigentes, a porta-voz do PAN afirmou que tem liderado o partido com abertura, garantindo ter a "consciência mais do que tranquila" e recusando-se a alimentar o que considera serem narrativas "falsas e infundadas" sobre a sua direção.
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