A informação da morte de Augusto Alves da Silva, no passado dia 11 de agosto, vítima de doença prolongada, foi divulgada pela família do fotógrafo, em comunicado.
O velório terá lugar na terça-feira, a partir das 11h00 nas capelas funerárias da Igreja do Santo Condestável, em Campo de Ourique, Lisboa, seguindo depois o funeral para o cemitério do Alto S. João.
No entanto, a família ressalva que, por desejo do próprio Augusto Alves da Silva, a cerimónia será reservada apenas para a família e amigos próximos.
Numa nota de pesar publicada no Instagram, a empresa pública Museus e Monumentos de Portugal recordou Augusto Alves da Silva como "um dos mais prestigiados e reconhecidos fotógrafos portugueses".
De acordo com o comunicado, partilhado também pela página da Coleção de Arte Contemporânea do Estado (CACE), o fotógrafo destacou-se pelo "desenvolvimento de projetos de caráter documental e de pensamento crítico, que marcaram o panorama artístico e acompanharam a história e o contexto sociopolítico em que foram criados".
"Muitas das suas imagens tornaram-se icónicas, seja pela dimensão artística do seu olhar, seja pelos temas e preocupações que motivaram a sua prática fotográfica. Partindo de um olhar realista, atento à realidade social e política, a sua fotografia revelava uma ironia na abordagem e um rigor conceptual que transcendia o visível".
As suas imagens, descritas como "muito singulares", foram "essenciais no processo de afirmação da fotografia no espaço artístico e serão projetadas para o futuro como testemunho de uma reflexão profunda sobre aspetos da existência contemporânea", acrescentam os dois organismos.
Nascido em Lisboa em 1963, Augusto Alves da Silva, destacou-se como um dos mais importantes artistas, que não trabalhando exclusivamente com a fotografia, foi nesse meio que executou alguns dos trabalhos mais marcantes no contexto artístico português dos últimos vinte anos.
Estudou no London College of Printing e na Slade School of Fine Art, tendo antes frequentado o curso de Engenharia Civil no Instituto Superior Técnico em Lisboa, que não concluiu para se poder dedicar a tempo inteiro à fotografia.
Augusto Alves da Silva recebeu duas bolsas da Fundação Calouste Gulbenkian e foi nomeado para o Prémio União Latina em 1997.
Em 1999, foi um dos finalistas do Prémio de Fotografia do Citibank Private Bank e, em 2006, do Prémio BES Photo.
Atualmente, a sua obra está representada no Museu de Serralves, no Museu Nacional de Arte Contemporânea -- Museu do Chiado, na CACE, no Centro Português de Fotografia e na coleção do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian.
O fotógrafo deixa ainda obra na coleção Helga de Alvear, no MEIAC -- Museo Extremeno e Iberoamericano de Arte Contemporâneo, na ex-coleção BES, na FLAD -- Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, na Fundação PLMJ, na Fundacio Foto Colectania e na coleção António Cachola, entre outras.
Nos últimos anos, Augusto Alves da Silva viveu e trabalhou em Tremez, Santarém.
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