"Tortura." Ex-mulher de procurador acusa-o de violência (filho contraria)

Uma mulher acusou o marido de violência doméstica, tendo o homem, procurador, feito queixa também. Depois, as queixas foram arquivadas - mas agora o Tribunal da Relação de Lisboa decidirá se o homem vai ou não a julgamento. Filhos foram ouvidos pelo MP e um deles diz que mãe é agressora.

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Ana Teresa Banha
18/08/2025 17:45 ‧ há 1 hora por Ana Teresa Banha

País

Violência doméstica

Um procurador é acusado pela ex-mulher de violência doméstica, num caso em que a antiga companheira fala de alegadas práticas sexuais escatológicas, entre outros atos. Os filhos, ouvidos pelo Ministério Público (MP), negam a tese da mãe, sendo que um deles disse que a agressora chegou mesmo a ser a progenitora.

 

A notícia é avançada esta segunda-feira pelo jornal Público, que começa por contar que o procurador em causa lidou durante vários anos com casos de violência doméstica. Já em 2024 o homem tinha sido ilibado pelo MP, mas será em breve que o Tribunal da Relação de Lisboa vai decidir se o homem vai ou não ser submetido a julgamento, aquando o término das férias judiciais, em setembro.

A primeira queixa foi apresentada em 2020, tendo a mulher se arrependido da mesma e acabou por não prestar declarações. Depois, contou que a queixa foi "suficiente" para o homem mudar de comportamento e a queixa foi arquivada. Posteriormente, a mulher quis contar o que se passava.

O "controlo", o dinheiro e as queixas

Segundo explica o Público, o casal conheceu-se nos anos 80, quando tinham 19 anos, e uma década depois acabariam por se casar, havendo já aí, segundo a queixosa e uma amiga que foi ouvida como testemunha, já indícios de um comportamento "controlador e ciumento" por parte do homem.

De acordo com o que conta a mulher, o agora ex-marido tê-la-á proibido de conviver com amigos, feito pressão para que esta abandonasse a sua profissão de professora, assim como terá havido uma altura em que havia controlo financeiro. Terá sido, segundo conta a mulher, a partir de 2011 que deixou de ter acesso aos rendimentos do casal, "ao ponto de não saber quanto auferia mensalmente." Já quando namoravam, a mulher terá sido obrigada a pedir-lhe autorização para comprar peças de roupa.

Já casados, a mulher receberia 20 euros semanalmente, "o que fazia com que não raras vezes se encontrasse sem dinheiro para fazer face a despesas básicas." De acordo com o que conta, o dinheiro era muitas vezes atirado para o chão, e na altura de o apanhar, a mulher ouviria coisas como: "Vês como te dobras por muito pouco?"

A mulher conta que ao início não havia violência física, mas sim psicológica, com atos sexuais que envolviam, alegadamente, o animal de estimação. Depois, ter-se-á tornado algo mais físico. Uma psicóloga que a acompanhava na altura redigiu também um relatório dizendo que o homem exercia "terror psicológico, mesmo tortura", sobre a mulher, falando também dos filhos, sobre quem disse que o homem tinha feito "muitos estragos à sanidade mental."

Filho acusa mãe

O jornal adianta ainda que os filhos foram ouvidos pelo MP, sendo atualmente dois destes maiores de idade. Após a mulher fazer queixa, o homem também fez, mas estas foram arquivadas no ano passado.

Segundo o procurador-geral adjunto que estava encarregue do caso, os filhos ouviram da boca da mãe relatos de agressão, nunca tendo assistido a nenhuma: "São, pois, depoimentos indiretos e que não podem ser valorados", referiu.

Nenhum dos filhos confirmou, portanto, que a mãe tivesse sido vítima de violência doméstica quando ouvidos pelo MP, tendo mesmo um deles dito que foi a mãe que agrediu o pai, em várias ocasiões, "com socos na face, empurrões, apertos de pescoço e chapadas." Segundo o mesmo filho, perante estas situações, o pai manteve "a calma" e não "retribuiu."

Outro dos filhos terá ouvido a mãe a nomear o pai de "maricas" e "cornudo."

Leia Também: Homem que entregou cabeça decepada confessou. Conheceu vítima horas antes

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