Segundo a associação ambientalista, estes dados representam uma diminuição para quase metade do número de zonas balneares com problemas idênticos no ano passado: 31.
De acordo com a Zero, existem atualmente 673 águas balneares cuja monitorização é reportada, com um "número limitado de praias a revelarem problemas".
Em relação a Portugal continental, onde existem 526 águas balneares, entre maio e julho, registaram-se 34 desaconselhamentos de banhos, mais três que em 2024, 21 dos quais devido a contaminação microbiológica, afetando um total de 27 águas balneares.
Na Região Autónoma da Madeira, verificaram-se até agora quatro situações de desaconselhamento de banhos, avança a Zero, enquanto nos Açores, os dados disponíveis apontam para a ausência de quaisquer restrições.
No mês de agosto, já se verificaram 13 situações de desaconselhamento ou proibição de banhos, cinco das quais comprovadamente devido a contaminação microbiológica.
Nestas zonas balneares em que se verificou contaminação microbiológica, a Zero refere ter havido "ultrapassagem dos limites fixados tecnicamente a nível nacional relativamente a pelo menos um dos dois parâmetros microbiológicos que são avaliados (Escherichia coli e Enterococus intestinais)".
A praia que apresentou maior número de situações de água imprópria para banhos foi a de Matosinhos, com três situações de desaconselhamento ou proibição de banhos e uma situação de interdição durante praticamente duas semanas.
Segundo a Zero, os problemas que afetaram a água balnear de Angeiras Norte, também no concelho de Matosinhos, onde se verificou um período de desaconselhamento de banhos e também de interdição da praia, conduziram a que este concelho fosse aquele onde foram identificados maiores problemas de qualidade da água no país.
De acordo com a associação ambientalista, a situação verificada nos últimos dias na praia da Nazaré, onde uma descarga associada ao sistema de saneamento conduziu mais de 100 pessoas aos serviços de saúde, "é um claro alerta para que as entidades responsáveis façam um maior esforço para evitar este tipo de riscos de contaminação de praias próximas".
No caso das praias de Angeiras Norte, em Matosinhos e de Labruge, em Vila do Conde, e de acordo com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), "foram descargas industriais" no rio Onda que viriam a afetar praias adjacentes à foz, "mostrando quão importante é a fiscalização e cumprimento de regras por parte das empresas no que respeita às águas residuais".
Relativamente ao que se passou no Algarve, os desaconselhamentos verificados nas praias de Alagoa -- Altura e Praia Verde, ambas no concelho de Castro Marim -- mostram, segundo a Zero, ser necessário, "apesar do já enorme esforço de amostragem à escala nacional, complementá-lo com amostras extra".
A associação ambientalista considera que naquelas e em outras praias "com uma baixa frequência de recolha de amostras pelo historial de excelente qualidade, pode haver episódios de poluição não detetados".
Nenhuma das 81 praias classificadas pela associação como Praia Zero Poluição (zonas balneares onde não foi detetada qualquer contaminação nas análises efetuadas ao longo das três últimas épocas balneares) foi abrangida por desaconselhamento ou interdição associada à ultrapassagem de parâmetros microbiológicos, de acordo com todos os dados disponibilizados.
Os dados foram recolhidos pela Zero tendo por base os pontos de situações mensais efetuados pela APA e pela Direção Geral de Saúde (DGS) para as águas balneares de Portugal Continental.
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