Líder supremo iraniano acusa EUA de quererem país "obediente"

O líder supremo iraniano, Ali Khamenei, afirmou hoje que os Estados Unidos querem um Irão "obediente" que aceite as suas exigências, garantindo que o país se vai opor e descartando que a negociação direta com Washington resolva as tensões.

Ali Khamenei

© Reuters/West Asia News Agency

Lusa
24/08/2025 15:12 ‧ há 1 hora por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Este senhor que hoje governa nos Estados Unidos [Donald Trump] revelou o seu verdadeiro objetivo: disse que o nosso confronto com o Irão é porque queremos que ele obedeça aos Estados Unidos", afirmou Ali Khamenei, numa cerimónia em Teerão por ocasião do aniversário do martírio do oitavo imã xiita, o imã Reza, segundo informou a agência iraniana IRNA.

 

A autoridade política e religiosa máxima do Irão destacou que o país persa, "com a sua história, dignidade e grandeza, nunca será subjugado", e advertiu que a nação enfrentará "com toda a sua força" aqueles que pretendem impor essa condição.

Khamenei rejeitou os apelos dentro do país para iniciar negociações diretas com Washington a fim de chegar a um acordo sobre o programa nuclear iraniano e aliviar as tensões.

"Aqueles que nos dizem por que não negociamos diretamente com os EUA e não resolvemos os problemas só veem as aparências. À luz do verdadeiro objetivo da hostilidade dos Estados Unidos em relação ao Irão, essas questões são insolúveis", afirmou.

O líder supremo iraniano disse ainda que Israel e os EUA compreenderam, após "a resistência e a poderosa união do povo, dos responsáveis e das forças armadas" na guerra dos 12 dias em junho, que não é possível "subjugar a nação iraniana com a guerra nem obrigá-la a obedecer".

Por isso, indicou que agora procuram alcançar o seu objetivo através da "criação de divisões dentro do país", pelo que insistiu na necessidade de manter a coesão interna.

Estas declarações surgem depois de a Frente de Reformas - uma coligação de partidos reformistas - e várias figuras próximas terem apelado nos últimos dias a mudanças estruturais no país, especialmente na política externa, e a aceitar a exigência do Ocidente de suspender o enriquecimento de urânio em troca do levantamento das sanções que asfixiam a economia.

O Irão e os EUA mantiveram cinco rondas de conversações nucleares indiretas antes da guerra em junho, que ficaram num impasse, uma vez que Teerão insiste no seu direito de enriquecer urânio para fins pacíficos como signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).

Perante esta situação, Washington interveio no conflito bélico entre o Irão e Israel com bombardeamentos contra três instalações nucleares do país persa, o que a República Islâmica classificou como uma traição à diplomacia.

Leia Também: Larijani nomeado chefe do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irão

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