A iniciativa foi aprovada pouco depois da meia-noite, no meio de protestos de populares contra a votação, que terminou com 18 votos a favor e 11 contra, segundo a agência de notícias espanhola Europa Press.
A oposição denunciou que a redistribuição afeta os eleitores afro-americanos e latinos, cujos votos, tradicionalmente nos democratas, serão diluídos e permitirão uma concentração nos votos dos republicanos.
Os esforços dos democratas, que chegaram a orquestrar uma fuga coletiva para Chicago e Nova Iorque para impedir alcançar o número mínimo de participantes, foram incapazes de evitar a votação final na câmara alta do Congresso do estado.
Com a aprovação do Senado, que se seguiu à da Câmara dos Representantes do Texas na quinta-feira, só falta agora a assinatura do governador republicano Greg Abbott para concluir a iniciativa.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exerceu pressão pública sobre os líderes republicanos do estado do sul do país para que realizassem a redistribuição com o objetivo de preservar a pequena maioria atual no Congresso federal.
"Estamos a caminho de cinco lugares adicionais no Congresso e de salvar os vossos direitos, as vossas liberdades e o vosso próprio país", congratulou-se Trump na quarta-feira.
"O Texas nunca nos deixa ficar mal", acrescentou, numa mensagem nas redes sociais citada pela agência de notícias France-Presse (AFP).
O mapa eleitoral do Texas será alterado de forma a diluir o voto democrata, uma técnica de manipulação eleitoral chamada "gerrymandering".
A maioria na Câmara dos Representantes, a câmara baixa do Congresso, decide-se, por vezes, por poucos lugares, pelo que os cinco assentos adicionais do Texas podem ser decisivos.
Dos 38 deputados do Texas em Washington, 25 são atualmente republicanos. A Casa Branca (presidência) espera ter 30 em 2026.
A Câmara dos Representantes tem 435 lugares e os republicanos detêm atualmente 220, contra 213 dos democratas, havendo dois assentos vagos.
Para responder ao Texas, os eleitos da Califórnia, governada pelo democrata Gavin Newsom, apresentaram na segunda-feira uma iniciativa para organizar um referendo sobre a alteração do mapa eleitoral do estado mais populoso do país.
Se os eleitores californianos aprovarem o projeto em 04 de novembro, o parlamento local, com maioria democrata, poderá adotar um novo mapa que garantirá aos democratas cinco assentos adicionais no Congresso, tal como no Texas.
O representante democrata no Texas Chris Turner classificou a mudança como "uma clara violação da Lei dos Direitos de Voto e da Constituição".
A Lei dos Direitos de Voto foi adotada em 1965 para impedir que os antigos estados segregacionistas do Sul privassem os afro-americanos do direito de voto.
Os mapas eleitorais são geralmente elaborados a cada 10 anos, com base nos dados do censo, que são publicados no início de cada década.
Tecnicamente, a redistribuição dos distritos não deveria ocorrer até 2030, segundo a agência de notícias espanhola EFE.
Além do Texas, a administração Trump manifestou-se favorável a que os mapas eleitorais de Ohio, Missouri e Indiana sejam redesenhados para as eleições intercalares de 2026.
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