O Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgou a transcrição de um depoimento feito à ex-namorada de Jeffrey Epstein, Ghislaine Maxwell, que afirmou nunca visto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, num "ambiente inadequado".
De acordo com a Sky News, que cita a transcrição, Maxwell referiu: "Nunca testemunhei o presidente em qualquer ambiente inapropriado naquela altura. O presidente nunca foi inapropriado com ninguém."
No depoimento que deu ao procurador-geral adjunto, Todd Blanche, a ex-namorada de Epstein também recordou que conheceu Donald Trump, pela primeira vez, em 1990, "quando o seu pai, Roberto Maxwell, era dono do New York Daily News".
"Devo ter conhecido Trump naquela altura. O meu pai era amigo dele e gostava muito dele", notou, acrescentando que o seu pai também gostava da então mulher do republicano, Ivana Trump.
Salientou ainda que Trump "sempre foi muito cordial e muito gentil" e que admirava "a extraordinária realização [de Trump] ser agora o presidente".
Ainda neste depoimento, Maxwell disse não acreditar que Jeffrey Epstein tenha colocado termo à própria vida na prisão.
Ghislaine Maxwell foi condenada, em junho de 2022, a 20 anos de prisão, após ter sido alvo de cinco acusações de tráfico sexual. No entanto, a ex-namorada de Epstein pediu ao Supremo Tribunal norte-americano para reverter a sua condenação.
Saliente-se que, no dia 20 de agosto, um juiz federal em Nova Iorque rejeitou o pedido do Departamento de Justiça dos Estados Unidos para tornar públicas as transcrições do grande júri que indiciou, em 2019, Jeffrey Epstein.
De recordar que Jeffrey Epstein foi preso no dia 6 de julho de 2019, pelo crime de tráfico sexual com menores de 14 anos, e foi encontrado sem vida, na cela, no dia 10 de agosto.
O norte-americano estava acusado, pela procuradoria do distrito sul de Manhattan, de controlar um esquema de tráfico sexual e abuso sexual de menores, tendo alegadamente criado uma rede para abusar de dezenas de meninas na sua mansão de Nova Iorque e numa outra situada na Florida.
Após a morte de Epstein, a sua parceira Ghislaine Maxwell foi indiciada por um grande júri federal por acusações relacionadas com tráfico sexual e conspiração, decorrentes do seu papel em facilitar os abusos de Epstein, e foi posteriormente condenada em 2021.
O caso Epstein tem sido marcado pelo sigilo em torno dos materiais do júri e outros arquivos de investigação, gerando pressão pública e política para a divulgação de mais informação, incluindo do próprio Trump na campanha eleitoral de 2024.
A alegada lista de clientes de Epstein, com celebridades e políticos influentes, tem sido o foco de várias teorias da conspiração entre entusiastas MAGA, movimento de apoio a Donald Trump.
Mas, afinal, o que liga Donald Trump e Jeffrey Epstein?
Cinco anos depois de morrer, enquanto aguardava julgamento, Jeffrey Epstein continua 'mexer' com a atualidade. Exemplo disso é o caso que tem vindo 'à baila' nos últimos dias - que o envolve, bem como ao principal morador da Casa Branca.
A situação escalou depois de o Wall Street Journal (WSJ) revelar uma mensagem enviada em 2003, alegadamente, por Donald Trump a Jeffrey Epstein, a congratulá-lo pelo seu 50.º aniversário. Na missiva, o agora presidente referir-se-ia a um "segredo maravilhoso" e teria feito um desenho de uma mulher nua.
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