"Há esperança, mas ainda é preciso trabalhar arduamente, rezar muito e procurar verdadeiramente o caminho para seguir em frente e encontrar a paz", respondeu o pontífice à imprensa a caminho do Vaticano.
O papa norte-americano utiliza frequentemente as suas aparições públicas para pedir a paz na Ucrânia e noutros locais, destacando que, desde a sua eleição, em maio, recebeu o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, oferecendo o Vaticano como sede para eventuais negociações.
O papa disse ainda que, de vez em quando, fala com outros líderes envolvidos na guerra na Ucrânia.
"De vez em quando falo com alguns. Continuamente. Vamos rezar e procurar formas de progredir", referiu o pontífice.
As declarações foram feitas à saída da Villa Barberini, na cidade de Castel Gandolfo, nos arredores de Roma, onde passou uns dias de férias de verão, que terminaram hoje com o regresso à Cidade do Vaticano.
Na segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, organizou uma reunião multilateral na Casa Branca com Zelensky, o secretário-geral da NATO, Mark Rute, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen.
O presidente francês, Emmanuel Macron, o presidente da Finlândia, Alexander Stubb, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e o chanceler alemão, Friedrich Merz, também estiveram presentes na reunião.
Após um longo impasse nas conversações entre Moscovo e Kiev, realizou-se na passada sexta-feira uma cimeira no Alasca entre Trump e Putin sobre a guerra na Ucrânia, com a possibilidade de um cessar-fogo como a principal questão em debate, mas não foram alcançados quaisquer resultados.
Donald Trump confirmou ainda que já tinha começado a organizar uma reunião entre o presidente russo e o presidente ucraniano.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia a cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado, em ofensivas com 'drones' (aeronaves não-tripuladas), alvos militares em território russo e na península da Crimeia, ilegalmente anexada por Moscovo em 2014.
A Rússia rejeitou até agora qualquer cessar-fogo prolongado e exige, para pôr fim ao conflito que se iniciou em 2022, que a Ucrânia lhe ceda quatro regiões -- Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia - além da península da Crimeia anexada em 2014, e renuncie para sempre a aderir à NATO.
Estas condições são consideradas inaceitáveis pela Ucrânia.
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