Trump e Putin "cara a cara" no Alasca para falar de guerra e paz

O futuro da Ucrânia passa hoje pelo Alasca, uma antiga colónia russa onde os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia se vão reunir sem a participação do país invadido por Moscovo.

Matryoshka dolls depicting Russian President Putin and US President Trump

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Lusa
15/08/2025 06:03 ‧ há 8 horas por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

Donald Trump e Vladimir Putin vão falar "cara a cara" sobre a guerra iniciada pela Rússia em fevereiro de 2022, quando invadiu o país vizinho para o "desmilitarizar e desnazificar", como anunciou na altura o líder russo.

 

Depois de uma primeira conversa apenas com a presença de intérpretes, delegações dos dois países vão juntar-se a Trump e a Putin numa reunião que incluirá um almoço de trabalho, segundo o programa anunciado pelas autoridades russas.

A cimeira, durante a qual serão discutidos outros temas relacionados com a segurança internacional, está marcada para as 11h30 locais (20h30 em Lisboa).

Vai realizar-se numa base militar perto de Anchorage, a capital do maior dos 50 estados norte-americanos, "encravado" entre o Canadá e a Rússia, situada a meros 82 quilómetros do outro lado do estreito de Bering.

O Alasca foi uma colónia russa entre 1799 e 1867, quando Moscovo vendeu o território aos Estados Unidos para fazer face às despesas contraídas durante a Guerra da Crimeia (1853-1856), que perdeu para forças conjuntas britânicas, francesas e otomanas.

Ironicamente, a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, é agora um dos pontos de discórdia entre Moscovo e Kyiv, enquanto a cimeira no Alasca é considerada decisiva para tentar resolver o pior conflito na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Apesar disso, nenhum líder europeu foi convidado, nem mesmo Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, uma das partes do conflito.

Nos últimos dias, Zelensky e os aliados europeus esforçaram-se para tentar sensibilizar Trump, com quem se reuniram por videoconferência na quarta-feira, para que nada decida nas costas dos ucranianos.

Trump admitiu dois cenários após falar com os europeus: ou a cimeira corre bem e segue-se nova reunião dos dois já com Zelensky, ou corre mal e não haverá novos encontros.

O presidente, que prometeu durante a campanha eleitoral acabar com a guerra em 24 horas, fez anteriormente um ultimato a Putin para parar a ofensiva na Ucrânia ou enfrentar sanções muito duras.

De uma conversa entre Putin e o enviado especial da Casa Branca Steve Witkoff resultou a cimeira do Alasca, sem que a Rússia tivesse abrandado, no entanto, a ofensiva no leste da Ucrânia.

Ao contrário de Trump, que descreveu os líderes europeus como "pessoas maravilhosas", Putin ignorou a Europa ao elogiar na quinta-feira "os esforços muito enérgicos e sinceros" dos Estados Unidos para resolver a crise ucraniana.

As posições oficiais dos dois países continuam irreconciliáveis.

A Rússia exige que a Ucrânia lhe ceda quatro regiões parcialmente ocupadas em 2022 (Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson), além da Crimeia, e que renuncie ao fornecimento de armas ocidentais e a qualquer adesão à NATO.

Para Kyiv, tais exigências são inaceitáveis.

Trump, que admitiu querer receber o Nobel da Paz, disse na quinta-feira que as duas partes terão de fazer concessões.

"Haverá concessões mútuas no que diz respeito às fronteiras, aos territórios", afirmou.

Em três sessões de negociações na primavera e no verão, russos e ucranianos só conseguiram chegar a um acordo sobre a troca de prisioneiros de guerra.

Nesse contexto, anunciaram na quinta-feira ter trocado 84 prisioneiros de cada lado.

Leia Também: De janeiro a agosto. O longo e errático caminho de Trump até Putin

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