Luanda comunica a Moscovo detenção de russos por terrorismo

As autoridades angolanas comunicaram ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia a detenção de dois russos em Luanda, adiantou hoje o Serviço de Investigação Criminal (SIC).

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Lusa
13/08/2025 18:50 ‧ há 2 horas por Lusa

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A informação foi dada numa conferência de imprensa na qual o SIC apresentou dois russos e dois angolanos, presos preventivamente, suspeitos dos crimes de associação criminosa, falsificação de documentos, terrorismo e financiamento ao terrorismo.

 

De acordo com uma nota do SIC, o juiz de garantias decidiu restituir a liberdade a um terceiro angolano, mas mediante termo de identidade e residência, depois de ter sido detido na semana passada no âmbito do mesmo caso.

"Realçar que as nossas investigações determinaram que os cidadãos russos são operacionais da organização África Politology, que dentre várias missões a sua atividade visa promover campanhas de desinformação, manipulação da mídia local e infiltração em processos políticos, sobretudo, no fomento da subversão", refere-se na nota do SIC.

Os russos terão igualmente, segundo o SIC, entregado "avultadas somas de dinheiro, em moeda nacional e estrangeira, a jornalistas, políticos, associações profissionais e produtores de conteúdos digitais para dar suporte à sua ação".

A investigação apurou ainda, prossegue o SIC, que a organização Africa Politology não atua apenas com propaganda digital e notícias falsas, mas "financia manifestações encenadas, corrompe jornalistas locais e molda narrativa pública a favor dos seus interesses estratégicos".

Com as suas investigações, o SIC conseguiu frustrar várias manifestações que estavam agendadas para as províncias de Luanda e Benguela, avançou o porta-voz do SIC, Manuel Halaiwa, sublinhando ainda que as investigações prosseguem para a detenção de outros suspeitos e o esclarecimento total destes crimes.

No ato de detenções, a investigação criminal angolana apreendeu vários meios como computadores, telemóveis, diversos documentos, dos quais alguns codificados, bem como somas em moeda nacional e estrangeira.

Questionado sobre o "avultado" montante entregue pelos cidadãos russos aos cidadãos nacionais, Manuel Halaiwa referiu que "neste momento há um escrutínio a ser feito sobre todas as transferências monetárias que foram feitas em vários pontos, a vários beneficiários".

"Falamos aqui de vários grupos de pessoas, jornalistas, políticos, para depois em momento próprio trazermos a público o montante exato, mas sabemos que temos valores em kwanzas, em moeda estrangeira, quer dólares norte-americanos quer rublos, que é a moeda russa", salientou.

Manuel Halaiwa acrescentou que toda esta situação ocorre num momento em que o país registou "grandes tensões sobre os últimos acontecimentos".

Angola viveu uma situação tensa, no final de julho, com tumultos em várias províncias do país, na sequência de uma greve protagonizada por associações e cooperativas de táxis, devido à subida do preço dos combustíveis e consequentemente das tarifas dos transportes públicos.

A paralisação ficou marcada por atos de vandalismo, pilhagem e violência, nas províncias de Luanda, Benguela, Huíla, Bengo, Icolo e Bengo, Huambo e Lunda Norte, com um resultado, segundo a Polícia Nacional de 30 mortos, mais de 200 feridos e mais de 1.500 detenções.

Na sequência desta ação, as autoridades têm anunciado a detenção essencialmente de vários dirigentes de associações e cooperativas de táxis, entre outros indivíduos.

Leia Também: Rússia lançou em julho um recorde de 6.200 'drones' para atacar Ucrânia

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