A região, palco de intensos combates entre os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) e o exército, está amplamente isolada, com linhas de comunicação praticamente inexistentes.
De acordo com a Emergency Lawyers, citada pela agência AFP, que documenta as violações desde o início do conflito, o ataque das FAR ocorrido na quinta-feira contra duas aldeias no sul da região de Umm Kuraydim "causou a morte de 18 civis e feriu dezenas de outros".
Na falta de acesso a cuidados médicos no local, os feridos foram transferidos para El-Obeid, a algumas dezenas de quilómetros a sudeste.
Esta cidade, situada num cruzamento estratégico que liga a capital Cartum (a 400 km) à vasta região de Darfur, foi sitiada pelos paramilitares durante quase dois anos antes de ser retomada pelo exército em fevereiro.
Desde a perda de Cartum, reconquistada pelo exército em março, os paramilitares recuaram para oeste, intensificando nomeadamente os seus ataques em Darfur, que já controlam quase na totalidade.
A ONG também relatou "pilhagens, agressões e raptos de jovens".
Com a guerra a entrar no seu terceiro ano, ambos os lados foram acusados de atacar civis, bombardear indiscriminadamente zonas habitadas e impedir a entrega de ajuda humanitária. Os paramilitares são particularmente acusados de violência sexual sistemática, pilhagens e limpeza étnica.
O conflito, que começou em abril de 2023 e foi descrito pela ONU como "a pior crise humanitária do mundo", já causou dezenas de milhares de mortes e milhões de deslocados.
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