Hamas aplaude Macron por reconhecer Estado da Palestina

O movimento islamita palestiniano Hamas aplaudiu hoje o presidente francês, Emmanuel Macron, por prometer reconhecer Estado da Palestina e apelou a outros países que sigam o exemplo.

Hamas

© Abed Rahim Khatib/Anadolu via Getty Images

Lusa
24/07/2025 23:51 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Consideramos este um passo positivo na direção certa para fazer justiça ao nosso povo palestiniano oprimido e apoiar o seu legítimo direito à autodeterminação", afirmou em comunicado o Hamas, baseado na Faixa de Gaza e considerado terrorista por Israel, Estados Unidos, União Europeia e vários países.

 

O movimento apoiado pelo Irão, que Israel combate em Gaza há quase dois anos, apela a "todos os países do mundo --- especialmente as nações europeias e aquelas que ainda não reconheceram o Estado da Palestina --- a seguirem o exemplo da França" em relação aos direitos dos palestinianos.

"Em primeiro lugar, o direito de regressar, à autodeterminação e a estabelecer o seu Estado totalmente soberano e independente nas suas terras, com Jerusalém como capital", declarou o Hamas.

A França vai reconhecer o Estado da Palestina na Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque, em setembro, anunciou hoje o Presidente Emmanuel Macron.

 "Fiel ao seu compromisso histórico com uma paz justa e duradoura no Médio Oriente, decidi que a França reconhecerá o Estado da Palestina. Farei o anúncio formal na Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro próximo", escreveu o chefe de Estado francês no X.

Macron afirma já ter manifestado ao Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, a sua "determinação em avançar".

Para o Hamas, a posição de Macron representa "um avanço político que reflete a crescente convicção internacional sobre a justiça da causa palestiniana e o fracasso da ocupação (Israel) em distorcer os factos ou obstruir a vontade dos povos livres".

"Estas medidas internacionais representam uma pressão política e moral sobre a ocupação sionista, que continua a cometer crimes, atos de agressão, uma guerra de genocídio e fome contra o nosso povo na Faixa de Gaza", conclui o comunicado.

Até à invasão da Faixa de Gaza por Israel em outubro de 2023, na sequência do ataque do Hamas em território israelita, o movimento radical palestiniano governava o enclave.

No outro dos territórios palestinianos, a Cisjordânia, a administração tem sido exercida pela Autoridade Palestiniana.

O vice-presidente da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Hussein al-Sheikh, saudou hoje a intenção da França de reconhecer o Estado da Palestina, agradecendo a Macron.

"Esta posição reflete o compromisso da França com o direito internacional e o seu apoio aos direitos do povo palestiniano à autodeterminação e ao estabelecimento do nosso Estado independente", disse.

Desde a sua origem, o Hamas rejeita o direito de existência de Israel e apela à 'jihad' ("guerra santa") para reocupar o território que hoje constitui o Estado judaico.

A fase mais recente do conflito israelo-palestiniano foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023, no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e mais de duas centenas foram feitos reféns, de acordo com dados das autoridades israelitas.

A retaliação de Israel já causou mais de 59 mil mortos, sobretudo civis, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

Além disso, incluiu a imposição de um bloqueio de bens essenciais a Gaza, como alimentos, água potável, medicação e combustível.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, reagiu quase de imediato ao anúncio de Macron.

"Celebro que a França se junte a Espanha e a outros países europeus no reconhecimento do Estado da Palestina. Juntos, devemos proteger aquilo que [Benjamin] Netanyahu (primeiro-ministro de Israel) está a tentar destruir", publicou Sánchez no X,.

Também a Arábia Saudita celebrou a decisão "histórica" de Macron e apelou a outros países para tomarem "medidas positivas semelhantes".

"O Reino congratula-se com esta decisão histórica, que reafirma o consenso da comunidade internacional sobre o direito do povo palestiniano à autodeterminação e ao estabelecimento de um Estado independente nas fronteiras de 1967", afirmou em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita.

[Notícia atualizada às 00h01]

Leia Também: Macron anuncia que França vai reconhecer Estado da Palestina em setembro

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas