O Departamento de Justiça dos Estados Unidos terá avisado Donald Trump, em maio, de que o seu nome constava nos ficheiros Epstein. A notícia é avançada esta quarta-feira pelo Wall Street Journal (WSJ).
Segundo a publicação, que cita altos funcionários da Casa Branca, foi a própria procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, que, juntamente com o seu adjunto, Todd Blanche, que avisaram o presidente.
"Em maio, Bondi e seu 'vice' informaram o presidente, numa reunião na Casa Branca, que seu nome constava nos arquivos de Epstein", escreve o WSJ.
A Casa Branca já reagiu a esta notícia, considerando que eram "informações falsas."
"Isto não é mais do que a continuação das notícias falsas inventadas pelos democratas e pelos meios de comunicação social liberais", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Steven Cheung, num comunicado citado pela Reuters.
A reunião na Casa Branca terá tido lugar em maio, depois de os funcionários do Departamento da Justiça terem analisado aquilo que Bondi já tinha descrito como um "camião cheio" de documentação, no âmbito dos ficheiros Epstein.
Segundo aponta ainda o WSJ, os dois responsáveis explicaram que os arquivos continham "aquilo que as autoridades consideravam ser boatos não verificados sobre muitas pessoas que socializaram com Epstein, incluindo Trump."
A procuradora-geral e o 'vice' terão dito também que outros altos funcionários foram citados nos documentos, que revelam informações sobre o caso do magnata. Note-se que, atualmente, Trump está a ser alvo de críticas pelos próprios apoiantes, que querem ver as informações sobre o caso reveladas. A publicação fala ainda em "centenas de outros nomes" e declara que "ser mencionado nos registos não é um sinal de irregularidades."
Epstein foi preso e acusado pela justiça federal de Nova Iorque em 2019, por tráfico sexual, por indicação de um grande júri federal, que concluiu que havia causa provável para emitir acusações, descrevendo as acusações específicas de tráfico sexual e conspiração para cometer tráfico sexual.
O milionário aguardava julgamento por estas acusações federais quando se suicidou em agosto de 2019.
Após a morte de Epstein, a sua parceira Ghislaine Maxwell foi indiciada por um grande júri federal por acusações relacionadas com tráfico sexual e conspiração, decorrentes do seu papel em facilitar os abusos de Epstein, e foi posteriormente condenada em 2021.
O caso Epstein tem sido marcado pelo sigilo em torno dos materiais do grande júri e outros arquivos de investigação, gerando pressão pública e política para a divulgação de mais informação sobre o caso.
O pedido do presidente para divulgar as transcrições do grande júri surgiu também depois de o Wall Street Journal (WSJ) ter noticiado uma carta sexualmente sugestiva que afirma estar assinada por Trump e incluída num álbum de 2003 para o 50.º aniversário de Epstein.
Trump negou ter escrito a carta, chamando-a de "falsa, maliciosa e difamatória" e processou o WSJ, assim como os jornalistas que escreveram o artigo.
Na sexta-feira, o jornal de referência da Newscorp declarou que vai "defender-se vigorosamente" contra o Presidente norte-americano.
"Temos total confiança no rigor e exatidão das nossas informações", afirmou um porta-voz do grupo proprietário do WSJ.
Já esta quarta-feira, um juiz na Florida negou o pedido da administração Trump para divulgar transcrições do grande júri no âmbito do caso Jeffrey Epstein. O pedido do governo foi feito a semana passada e um outro pedido semelhante foi feito num tribunal em Nova Iorque, onde Epstein estava a ser julgado.
[Notícia atualizada às 23h55]
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