PP espanhol desafia partidos a derrubar governo "rodeado de corrupção"

O Partido Popular espanhol (PP, direita) apelou hoje aos partidos que investiram o primeiro-ministro o socialista Pedro Sánchez a somarem-se a uma moção de censura para derrubar o atual Governo, por estar "rodeado de corrupção".

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© Mateo Lanzuela/Europa Press via Getty Images

Lusa
29/05/2025 18:01 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Espanha

O desafio aos partidos nacionalistas e independentistas, tanto de esquerda como de direita, que têm viabilizado os governos de Sánchez foi feito pelo líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, que apelou também aos espanhóis para saírem à rua em 08 de junho, em Madrid, para uma manifestação de denúncia "da decadência" do executivo.

 

Feijóo disse que os espanhóis devem "ter a palavra" neste momento, mas "como não o podem fazer nas urnas, porque Sánchez continua a negar-se a convocar eleições gerais, poderão fazê-lo na rua".

O líder do PP fez estes apelos numa declaração na sede nacional do partido, em Madrid, num momento em que jornais espanhóis estão a divulgar áudios e vídeos em que uma militante do Partido Socialista (PSOE), Leire Díez, que já ocupou cargos em empresas públicas, fala com empresários para pedir informações comprometedoras sobre um procurador do Ministério Público e dirigentes da unidade de investigação policial da Guarda Civil (UCO) que têm em mãos os casos de alegada corrupção de pessoas próximas de Sánchez e do executivo.

Em algumas gravações, Leire Díez sugere que as informações que procura são do interesse do Governo e da direção do PSOE e promete ajudar os empresários e ex-membros da Guarda Civil com os processos que eles próprios enfrentam na justiça, através de contactos no Ministério Público e outras instâncias.

O PSOE abriu uma investigação interna a esta militante, que diz ser "de base", e tanto o partido como o Governo negam que atue a pedido ou em coordenação com a direção socialista ou com o executivo.

A própria, que tem formação em jornalismo e trabalhou na área da comunicação empresarial e institucional, garantiu esta semana, em declarações à agência de notícias espanhola EFE, que agiu por iniciativa própria, por estar a fazer uma "investigação jornalística pura e dura", e negou qualquer relação com a direção do PSOE neste momento.

O líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, comparou hoje o Governo de Sánchez a uma "máfia" e disse que o executivo dirige uma "trama de corrupção", além de estar "rodeado de corrupção", lembrando suspeitas e processos que envolvem antigos ministros ou a mulher e o irmão de Sánchez.

Feijóo lembrou que os partidos que viabilizaram os governos de Sánchez aprovaram há sete anos uma moção de censura apresentada pelo socialista que derrubou um executivo do PP, liderado por Mariano Rajoy, com o argumento de combater a corrupção.

"Se fossem consequentes, agora deviam fazer o mesmo sem qualquer dúvida", afirmou o líder do PP, que disse estar disposto a avançar com a moção de censura se houver apoios suficientes no parlamento para a sua aprovação.

Vários dos partidos que investiram Sánchez, como os catalães da Esquerda Republicana ou os nacionalistas bascos do PNV, rejeitaram já a possibilidade de dar apoio a uma moção de censura do PP.

Para além da oposição, dirigentes do PSOE e do Somar, o partido de esquerda que está na coligação de governo com os socialistas, consideraram hoje grave o caso Leire Díez e pediram ao PSOE "contundência" na resposta.

O presidente do governo regional de Castela-La Mancha, o socialista Emiliano García Page, pediu mesmo para o partido avançar com ações legais contra Leire Díez, para afastar qualquer suspeita em relação ao partido.

A ministra do Trabalho e dirigente do Somar, Yolanda Díaz, pediu "máxima contundência" perante factos que considerou serem "de extrema gravidade".

Yolanda Díaz, uma das vice-presidentes do executivo, disse que o conteúdo das gravações divulgadas até agora são "absolutamente incompatíveis com uma democracia robusta" e "o Governo de Espanha tem de estar à altura das circunstâncias".

Pedro Sánchez não se pronunciou até agora sobre este caso.

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