EUA assinalam progressos com Irão e "trabalho a fazer"

Os Estados Unidos (EUA) assinalaram hoje que as discussões com o Irão em Roma sobre o seu programa nuclear foram construtivas e registaram "progressos adicionais", mas há "ainda trabalho a fazer" nas próximas rondas negociais.

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Lusa
23/05/2025 21:38 ‧ há 2 horas por Lusa

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"As discussões continuam a ser construtivas, fizemos progressos adicionais, mas ainda há trabalho a fazer", disse um alto representante norte-americano, citado pelas agências internacionais, acrescentando que "os dois lados concordaram em voltar a reunir-se num futuro próximo".

 

A parte iraniana referiu-se, por seu lado, a um diálogo profissional, num quadro de discussões que descreveu como complicado.

Teerão e Washington, inimigos desde a Revolução Islâmica de 1979, iniciaram negociações em 12 de abril sobre o programa nuclear iraniano.

As conversações entre o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araghchi, e o enviado dos Estados Unidos para o Médio Oriente, Steve Witkoff, duraram cerca de três horas na residência do embaixador de Omã na capital italiana, segundo os meios de comunicação social iranianos.

Por sua vez, Araghchi falou de negociações "tão complicadas que não podem ser resolvidas em duas ou três reuniões", enquanto Badr al-Boussaïdi, ministro dos Negócios Estrangeiros de Omã, país mediador, se referiu a "algum progresso".

Numa mensagem publicada na rede social X, o chefe da diplomacia de Omã disse esperar "esclarecer as questões pendentes nos próximos dias" e avançar em direção "ao objetivo comum de um acordo duradouro".

Estas negociações representam o mais elevado nível de envolvimento entre os dois países desde que os Estados Unidos se retiraram unilateralmente, em 2018, do acordo nuclear internacional com o Irão, concluído três anos antes em Viena.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, que tomou esta decisão durante o seu primeiro mandato na Casa Branca (2017-2021), reimpôs pesadas sanções contra Teerão, como parte da chamada política de "pressão máxima".

Agora, procura negociar um novo entendimento, que aguarda o levantamento das sanções que estão a sufocar a economia do Irão, ao mesmo tempo que Israel ameaça atacar o inimigo iraniano se as negociações foram inconclusivas.

Washington e Teerão têm demonstrado publicamente a sua discordância sobre a delicada questão do enriquecimento de urânio, um passo essencial para criar armas nucleares.

"O Irão não pode ter capacidade de enriquecimento, porque isso faria dele uma potencial potência nuclear", insistiu o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, na quarta-feira, ao passo que Araghchi alertou no dia seguinte que permaneciam "desentendimentos fundamentais" com Washington.

Teerão, que defende o direito à energia nuclear civil, considera que esta exigência é contrária às disposições do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), do qual é signatário.

Na quinta-feira, Donald Trump falou com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, sobre o Irão, de acordo com a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, e até ao momento tem conseguido conter as ameaças militares de Israel, que no último ano se envolveu em confrontos com os aliados de Teerão na Palestina, no Líbano e no Iémen.

De acordo com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), o Irão está atualmente a enriquecer urânio a 60%, muito acima do limite de 3,67% permitido pelo acordo de 2015, mas abaixo do nível dos 90% necessários para uso militar.

O acordo nuclear de 2015, que expira em outubro, dez anos após a sua entrada em vigor, prevê a possibilidade de reimpor sanções da ONU caso o Irão não cumpra os seus compromissos.

Leia Também: Nuclear: Fim de 5.ª ronda entre Irão e EUA com "progressos inconclusivos"

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