Acusações de Trump à África do Sul por genocídio "totalmente descabidas"

O gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos considerou hoje "totalmente descabidas" fazer acusações contra a África do Sul, sobre suposto "genocídio" de fazendeiros brancos, como fez o Presidente dos Estados Unidos.

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Lusa
23/05/2025 14:10 ‧ há 7 horas por Lusa

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"Essas são questões muito sérias. A palavra não deve ser usada levianamente sem um entendimento completo do que ela significa", afirmou Ravina Shamdasani, porta-voz do gabinete do Alto Comissariado.

 

"Considerando a história da África do Sul, é totalmente desapropriado", acrescentou.

O Presidente dos Estados Unidos voltou a acusar a África do Sul de "genocídio" de fazendeiros brancos, durante uma reunião esta semana na Sala Oval com seu homólogo sul-africano, Cyril Ramaphosa, e na presença da imprensa.

A apresentação feita durante a reunião por Donald Trump, usando vídeos e artigos, continha vários erros, e o Presidente norte-americano distorceu um fenómeno muito marginal no país, que tem uma das mais altas taxas de homicídio do planeta.

Os casos de mortes de fazendeiros brancos representam uma minoria ínfima de homicídios na África do Sul, como revelam números oficiais e até da organização de identidade 'afrikaner' AfriForum, próximo à esfera de Donald Trump.

Os dados desta organização, constituída por 'afrikaner' (descendentes de europeus), refutam Trump ao terem registado 49 homicídios em quintas sul-africanas em 2023, sem especificarem etnias.

Estes 49 homicídios são uma pequena fração dos 27.621 contabilizados pela polícia sul-africana entre abril de 2023 e março de 2024 em toda esta nação, vizinha de Moçambique.

As autoridades sul-africanas reportaram, para o mesmo período, 436 homicídios e 331 tentativas de homicídio em áreas rurais, como quintas, pequenas propriedades e terrenos agrícolas. Contudo, a maioria dessas vítimas são trabalhadores agrícolas negros, refletindo a estrutura demográfica do setor.

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