Justiça grega acusa 17 responsáveis da Guarda Costeira por naufrágio

A Justiça grega acusou 17 responsáveis da Guarda Costeira grega de vários crimes graves relacionados com um naufrágio que provocou a morte de cerca de 600 migrantes em junho de 2023, noticiou hoje a imprensa grega.

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Lusa
23/05/2025 11:57 ‧ há 7 horas por Lusa

Mundo

Migrações

Entre os acusados pelo Ministério Público do Tribunal Naval de Pireu (Atenas) estão o então líder da Guarda Costeira, Yorgos Alexandrakis, e o capitão de um barco-patrulha grego que, durante horas, terá apenas observado o navio lotado de migrantes em dificuldades sem ordenar uma operação de resgate.

 

O capitão foi acusado de crimes graves, como provocar um naufrágio que resultou na morte de pelo menos 82 pessoas (o número de corpos que foram recuperados), perturbação do tráfego marítimo com atos perigosos para a segurança de pessoas e não prestação de assistência a pessoas necessitadas.

Se for condenado por todos estes crimes, o capitão poderá cumprir uma pena de prisão perpétua.

O ex-chefe da Guarda Costeira e outros três polícias de serviço nessa noite foram acusados de "expor pessoas ao perigo quando havia a obrigação legal de as resgatar", um crime que pode resultar em vários anos de prisão.

A 14 de junho de 2023, o navio de pesca 'Adriana', com cerca de 750 migrantes a bordo, naufragou a sudoeste da península do Peloponeso, na Grécia.

As autoridades gregas foram notificadas pelas autoridades italianas sobre a presença do navio de pesca em águas gregas às 11:00 locais do dia 13 de junho, mas a Guarda Costeira só lançou oficialmente uma operação de resgate 15 horas depois da notificação inicial e poucos minutos depois de o 'Adriana' ter começado a naufragar.

Dos cerca de 750 migrantes a bordo, apenas 104 sobreviveram, enquanto 82 cadáveres foram recuperados, numa das piores tragédias migratórias da história do Mediterrâneo.

De acordo com os testemunhos de sobreviventes obtidos pelas organizações Amnistia Internacional e Human Rights Watch, o resgate começou com o barco-patrulha a amarrar uma corda ao 'Adriana' e começar a rebocá-lo.

Isso terá feito com que o navio virasse e afundasse, uma versão dos acontecimentos que as autoridades gregas negam categoricamente.

A apresentação de acusações criminais contra a Guarda Costeira é um golpe para o Governo do primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, um conservador que tem defendido repetidamente que a instituição teve uma "conduta correta" durante o incidente.

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