PIB de Moçambique ficou 10% abaixo devido a manifestações e ciclones

De acordo com informação constante no Cenário Fiscal de Médio Prazo (CFMP), de 2026 a 2028, recentemente aprovado pelo Governo, esta diferença só é ultrapassada, nos últimos anos, em 2022, com um PIB que ficou 12,50% abaixo do potencial, mas o executivo admite que em 2025 a economia gerada no país ainda ficará 2,78% aquém do seu potencial.

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Lusa
14/08/2025 09:21 ‧ há 2 horas por Lusa

Economia

Moçambique

O Governo moçambicano estima que o Produto Interno Bruto (PIB) ficou 10,14% aquém do seu potencial em 2024, devido à crise pós-eleitoral e ao impacto dos ciclones, segundo previsão oficial consultada hoje pela Lusa.

 

De acordo com informação constante no Cenário Fiscal de Médio Prazo (CFMP), de 2026 a 2028, recentemente aprovado pelo Governo, esta diferença só é ultrapassada, nos últimos anos, em 2022, com um PIB que ficou 12,50% abaixo do potencial, mas o executivo admite que em 2025 a economia gerada no país ainda ficará 2,78% aquém do seu potencial.

"Tal facto evidencia que a economia está a operar significativamente abaixo da sua capacidade produtiva, fenómeno este maioritariamente atribuído à crise pós-eleitoral e ao impacto do ciclone Chido, registado em 2024 [em dezembro]", lê-se no documento.

Acrescenta que "embora a economia possa registar uma recuperação do crescimento real para o ano de 2025", ainda é de esperar que "o hiato do PIB se mantenha em território negativo" até ao próximo ano: "Isto é, abaixo da sua capacidade produtiva, em função da persistência de determinados efeitos cumulativos decorrentes dos choques sucessivos recentemente observados".

Na estimativa do Governo, esse cenário só deverá ser invertido em 2026, segundo o documento, "sustentado pela implementação de medidas orientadas para a recuperação económica".

No documento com previsões estruturais para a economia moçambicana começa-se por alertar que "determinados riscos fiscais exógenos poderão exercer pressão adversa sobre o atual quadro macro fiscal [2026 a 2028], com especial destaque para eventuais desastres naturais, ameaças à segurança na região norte do País e a persistência de manifestações pós-eleitoral".

"Relativamente aos desastres naturais, a localização geográfica de Moçambique torna o país particularmente vulnerável à ocorrência cíclica de fenómenos climáticos extremos, os quais geram impactos adversos tanto sobre a população como sobre as infraestruturas menos resilientes, comprometendo assim a estabilidade socioeconómica e fiscal", acrescenta-se.

Segundo o Governo, as projeções "mais recentes indicam a persistência da fase neutra" do fenómeno do El Niño até ao início da próxima estação chuvosa, que começa em outubro, período a partir do qual "há sinais de possível transição para condições típicas de La Niña", as quais "tendem a favorecer o aumento da precipitação nas regiões centro e sul do país".

A ministra das Finanças, Carla Loveira, afirmou em 16 de junho que o cenário económico e financeiro de Moçambique permanece "desafiante", reconhecendo que os impactos da tensão social pós-eleitoral ainda no primeiro trimestre do ano.

Recordou que, "nos últimos anos", a gestão macroeconómica do país tem enfrentado "desafios derivados de choques externos e internos que afetam profundamente" a economia, como o terrorismo em Cabo Delgado, eventos climáticos extremos e "as manifestações violentas" após as eleições gerais de 09 de outubro.

Estas culminaram na "destruição de infraestruturas públicas e privadas, o que levou a uma desaceleração da economia em 3,6 pontos percentuais em 2024, situando-se em 1,9% contra 5,5% projetados no PESOE [Plano Económico e Social e Orçamento do Estado] daquele ano", disse.

"Esta situação teve o seu respaldo no primeiro trimestre de 2025, tendo o PIB apresentado uma variação negativa de 3,9% quando comparado ao mesmo período de 2024, influenciado por variações negativas no setor secundário de 16,2%, seguido do setor terciário com uma variação negativa de 8%", acrescentou Carla Loveira.

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