"Os inquéritos realizados permitiram obter um retrato da situação atual de Cabo Verde no que toca à prontidão digital. Avaliámos em particular a sociedade civil, a administração pública e o setor privado, e a média geral foi de 3,75, o que corresponde a um grau intermédio de preparação", afirmou Margarida Mascarenhas, mentora do estudo sobre estratégia nacional de competências digitais.
O estudo, que envolveu uma amostra de 1.000 participantes em todas as ilhas, mostra que, embora os cabo-verdianos tenham algumas competências para realizar certas tarefas de forma autónoma, ainda estão longe de possuir autonomia digital suficiente para afirmar que o país está preparado para a transformação pretendida.
"Cabo Verde tem como meta que a economia digital represente 25% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2030, mas para isso é necessário garantir que quem compra, vende, regula e permite os pagamentos esteja em condições de participar de forma igualitária neste processo, desempenhando o seu papel", referiu.
Os resultados do estudo irão permitir ao país delinear ações para atingir essa meta.
"Nas próximas fases, iremos propor caminhos para garantir que até 2030 estaremos muito perto ou a 100% do que se pretende, quer no que respeita à acessibilidade, quer à literacia digital", acrescentou.
O secretário de Estado da Economia Digital, Pedro Lopes, afirmou que o Governo quer reforçar as competências digitais da população.
"Queremos desenvolver uma estratégia para as competências digitais, seja para o reforço nas empresas, seja para as pessoas. O objetivo é termos uma sociedade completamente preparada para a sociedade da informação", disse.
"O estudo indica que há potencial para duplicar o PIB cabo-verdiano através do reforço das competências digitais, não apenas pela empregabilidade, que é sempre mencionada, mas pelo impacto que isso pode ter no dia a dia das pessoas e empresas", acrescentou ainda.
Pedro Lopes destacou áreas como a inteligência artificial, o trabalho com dados e outras novas competências tecnológicas como fundamentais para a construção de uma "verdadeira nação digital".
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