"Nunca foi tão importante e urgente expandir Heathrow, estamos a funcionar em plena capacidade, em detrimento do comércio e da conectividade" da capital britânica, afirmou o diretor-geral do aeroporto, Thomas Woldbye, em comunicado.
O Governo britânico aprovou em janeiro uma terceira pista para o 'hub' londrino de Heathrow, mas a proposta será paga "100% por fundos privados", sublinha a empresa em comunicado.
A 'luz verde' oficial, dada pela ministra das Finanças, Rachel Reeves, foi criticada por organizações ambientalistas, que apontaram que iria aumentar o ruído e a poluição atmosférica.
O presidente da Câmara de Londres, Sadiq Khan, também contra o projeto, denunciou o "grave impacto" que a terceira pista terá sobre habitantes de Londres e sobre a concretização dos objetivos ambientas.
O aeroporto, inaugurado em 1946, garantiu hoje que, se nada for feito, "o Reino Unido corre o risco de perder o seu estatuto de centro mundial da aviação face à crescente concorrência dos 'hubs' europeus" --- atualmente os principais são Paris Charles de Gaulle e os aeroportos de Istambul e Amesterdão.
Segundo Heathrow, estas obras permitiriam aumentar a capacidade da plataforma para poder receber "até 150 milhões de passageiros" por ano, contra 84 milhões em 2024.
Face aos receios de atrasos no calendário e no orçamento, o grupo afirma poder entregar uma terceira pista "dentro de dez anos" por 21 mil milhões de libras (24,28 mil milhões de euros).
O restante do orçamento, previsto para "as próximas décadas", será dedicado à ampliação e modernização.
O montante soma-se a um plano de investimento anterior de 10 mil milhões de libras (11,6 mil milhões de euros) até 2031, anunciado no início de julho, cujo objetivo já é renovar as instalações.
No final de 2020, o Supremo Tribunal britânico decidiu a favor de uma terceira pista. Mas o projeto foi adiado devido à pandemia de covid-19.
Heathrow apresentou ao Governo britânico a sua proposta, que inclui uma pista de 3.500 metros. Mas o Arora Group, um dos maiores proprietários de terrenos em Heathrow, anunciou na quinta-feira que apresentaria uma proposta concorrente para a construção de uma terceira pista mais curta.
Luis Gallego, presidente executivo da International Airlines Group (IAG), empresa-mãe da British Airways, cuja base é em Heathrow, considerou hoje que a proposta concorrente era "credível", à margem da publicação dos resultados do grupo (que viu o seu lucro líquido aumentar 44% no primeiro semestre).
No entanto, o gestor garantiu não ter preferência entre os dois projetos em cima da mesa.
"Temos de trabalhar em estreita colaboração com as duas partes para compreender melhor o que elas oferecem, pois as propostas não são comparáveis", afirmou.
Heathrow, por seu lado, disse estar disposto a discutir uma pista mais curta, mas considera que isso não irá necessariamente reduzir os custos.
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