"O Governo chinês espera que a UE avance na mesma direção, ultrapasse as diferenças e planeie em conjunto a cooperação para os próximos 50 anos", afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Guo Jiakun, em conferência de imprensa.
Guo criticou o que descreveu como insistência, por parte de "algumas pessoas na Europa", na chamada "tripla caracterização" da China - como parceiro, concorrente e rival sistémico -- e acusou-as de "exagerar unilateralmente questões económicas e comerciais" e de lançar "acusações infundadas" sobre a Ucrânia, o que, segundo Pequim, tem gerado "perturbações desnecessárias" na relação bilateral.
O porta-voz destacou que, após meio século de relações diplomáticas, a ligação entre a China e a UE "acumulou experiência e energia positiva suficientes para resistir às mudanças e ultrapassar desafios".
"A realização da cimeira China -- UE neste momento tem grande significado e despertou ampla atenção da comunidade internacional", afirmou, sublinhando que ambas as partes são "grandes forças que impulsionam o multilateralismo, grandes mercados que sustentam a globalização e grandes civilizações que promovem a diversidade".
A cimeira entre a China e a UE realiza-se esta quinta-feira, 24 de julho, em Pequim, para assinalar o 50º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas. Estão previstas as participações do Presidente chinês, Xi Jinping, da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do presidente do Conselho Europeu, António Costa.
Segundo fontes comunitárias, Bruxelas procurará promover um diálogo construtivo sobre temas globais e bilaterais, incluindo comércio, a guerra na Ucrânia e a transição energética.
A UE deverá reiterar que a atual relação económica com a China é insustentável, devido à falta de acesso recíproco e de concorrência justa, e poderá avançar com medidas corretivas caso não sejam alcançados reequilíbrios.
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