"Constatou-se que o resultado eleitoral foi obtido num difícil e incerto cenário internacional e na sequência de uma reiterada falta de respostas a problemas e carências básicas dos trabalhadores e das populações, a nível nacional", indicou a Frente Comum, em comunicado.
Esta posição surge após uma reunião do secretariado da Frente Comum, afeta à CGTP, que analisou os resultados das eleições de domingo, que deram a vitória à AD, com 89 deputados, enquanto PS e Chega empataram no número de eleitos para o parlamento, com 58 cada.
De notar que estes resultados não incluem ainda os eleitores residentes no estrangeiro, cuja participação e escolhas serão conhecidas em 28 de maio.
A federação liderada por Sebastião Santana considera preocupante a "viragem à direita" da Assembleia da República, antecipando ser "expectável" um agravamento das "políticas de ataque aos direitos dos trabalhadores, nomeadamente aos trabalhadores da Administração Pública (AP), aos serviços públicos e aos direitos sociais", o que segundo a estrutura "obrigará à intensificação da resistência e da luta".
Na mesma nota, a Frente Comum reafirma a sua política reivindicativa como "caminho alternativo" e defende que a unidade dos funcionários públicos "será determinante nas batalhas que se avizinham em torno do reforço dos direitos e em defesa dos serviços públicos".
Entretanto, a federação convocou uma cimeira para 17 de junho, tendo em vista avaliar "de forma mais profunda o atual quadro" e decidir "o caminho de luta a desenvolver".
Em novembro, o Governo assinou com duas das estruturas sindicais da função pública (a Fesap e Frente Sindical) um novo acordo de valorização dos trabalhadores da Administração Pública. Este acordo estabeleceu, nomeadamente, que a base remuneratória da Administração Pública (vulgo salário mínimo no Estado) subisse para 878,41 euros este ano.
O acordo prevê ainda aumentos de 56,58 euros para vencimentos brutos mensais de até 2.631,62 euros e um mínimo de 2,15% para ordenados iguais ou superiores para este ano.
A proposta da Frente Comum, que ficou de fora deste acordo, prevê um aumento do salário mínimo na administração pública para 1.000 euros.
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