Reservas moçambicanas "muito acima de cinco meses" de importações

O governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, avançou hoje que o país possui reservas internacionais suficientes para a cobertura de necessidades de importações "muito acima de cinco meses".

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Lusa
16/05/2025 12:10 ‧ há 11 horas por Lusa

Economia

Moçambique

"Estamos bem. Estamos em equilíbrio. Estamos razoáveis. Não mencionei aqui nossa posição de reserva, muito acima de cinco meses em termos de cobertura de importação neste momento", disse Rogério Zandamela na abertura da 60.º comité dos governadores dos bancos centrais da  Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que decorre em Maputo.

 

Ao orientar a cerimónia da abertura do encontro dos bancos centrais da SADC, Zandamela voltou a frisar que a economia moçambicana foi afetada pela tensão pós-eleitoral e por eventos climáticos, e a "desacelerar" de 5,4% em 2023 para 1,9% em 2024.

"No entanto, tenho o prazer de informar que, apesar disso, conseguimos manter a estabilidade de preços, que é o nosso principal objetivo. De facto, a inflação média anual desacelerou para 3,2 em 2024, após 7% em 2023, refletindo uma política monetária prudente", adiantou o governador do banco central moçambicano.

A previsão do responsável é de uma inflação média anual a permanecer abaixo de 3,5%, devendo manter na casa de um dígito em 2025.

Em 13 de abril, a Lusa noticiou que as Reservas Internacionais Líquidas (RIL) moçambicanas recuaram novamente em fevereiro, para 3.593 milhões de dólares (3.164 milhões de euros), o valor mais baixo em cerca de um ano.

De acordo com um relatório estatístico do Banco de Moçambique, as reservas - em moeda estrangeira - tinham registado o mínimo anterior em junho de 2024, quando recuaram para 3.647 milhões de dólares (3.211 milhões de euros), e antes, em dezembro de 2023, de 3.543 milhões de dólares (3.120 milhões de euros).

Só entre dezembro e fevereiro, estas reservas caíram praticamente 4%, face aos 3.740 milhões de dólares (3.293 milhões de euros) no fecho de 2024.

Em fevereiro, o montante de reservas internacionais cobriam 3,3 meses das necessidades estimadas de importações.

Estas reservas, que garantem o pagamento ao exterior de bens e serviços por parte das empresas, tinham crescido em janeiro de 2024 para quase 3.601 milhões de dólares (3.170 milhões de euros), que foi então o valor mais elevado desde setembro de 2021, e em julho atingiram os 3.807 milhões de dólares (3.552 milhões de euros), um máximo de três anos.

O governador do Banco de Moçambique disse em 08 de novembro que as reservas de moeda estrangeira do país são confortáveis, mas não são "para queimar", apesar das constantes alegações dos empresários sobre a falta de divisas no mercado.

A Associação de Mukheristas em Moçambique, que reúne importadores informais, avançou em 06 de maio que estão a recorrer ao mercado paralelo em Maputo para comprar moeda estrangeira, por escassez de divisas nos bancos, alertando para os custos acrescidos desta solução.

O Banco de Moçambique anunciou anteriormente estar a adotar medidas para aumentar a disponibilização de divisas, numa altura em que o país se debate com limitações que condicionam cadeias de abastecimento de produtos alimentares e de combustíveis.

O banco central aprovou então "instrumentos normativos" para "proporcionar maior flexibilização na gestão de divisas por parte dos bancos intermediários, em face da atual conjuntura socioeconómica".

Um dos avisos aprovados "incrementa, dos atuais 30% para 50%, a taxa de conversão decorrente das receitas de exportação de bens, serviços e rendimentos de investimento no exterior", regime que "vigorará pelo período de 18 meses".

Adicionalmente, aprovou um aviso que estabelece um "regime excecional" nas percentagens "das provisões regulamentares mínimas sobre crédito vencido, a vigorar por um período de 12 meses, para promover o "alargamento da capacidade dos bancos de concederem crédito".

Leia Também: Moçambique, Guiné-Bissau e Timor-Leste com insegurança alimentar aguda

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