Paulo Ricardo Ribeiro de Jesus Machado, ou apenas Paulo Machado no mundo do futebol. Retirado dos relvados desde 2023, o antigo internacional português assinou uma carreira bastante assinalável, apesar de ter falhado a afirmação total no FC Porto — mas já lá vamos.
Nascido no Porto e criado no Bairro do Cerco, desde cedo Paulo Machado assumiu que o futebol seria o seu futuro e agarrou-se com unhas e dentes à bola, transformando o sonho mais desejado em realidade.
Foi mesmo no Bairro do Cerco que deu os primeiros passos, com pouco mais de 10 anos, e em 1998 acabaria por chegar às camadas jovens do FC Porto, onde ficou até 2005, tendo-se estreado na equipa principal em 2004, pela mão do então treinador José Mourinho.
Depois disso, ainda vestiu a camisola da equipa A dos dragões por mais quatro vezes, mas nunca conseguiu agarrar um lugar entre as principais escolhas, passando por vários períodos de empréstimo que lhe abriram as portas do estrangeiro. Depois de passagens por Estrela da Amadora, União de Leiria e Leixões, seguiu-se a oportunidade de representar os franceses do Saint-Étienne, em 2008/09, onde brilhou com grande intensidade.
Os 46 jogos e os quatro golos marcados valeram-lhe a permanência em solo francês, mas noutro emblema. No verão de 2009, o Toulouse quis levar Paulo Machado e deixou 3,5 milhões de euros nos cofres para garantir o promissor médio português.
O resultado dificilmente poderia ter sido melhor. Uma centena exata de jogos, 14 golos marcados e várias memórias marcantes que ficam entre os adeptos do Toulouse. Apesar de não ter conquistado qualquer título, Paulo Machado deixou a sua marca nos três anos em que vestiu aquela camisola, acabando por se mudar para o Olympiacos.
Do famoso bigode na Grécia à polémica na Croácia
Na Grécia, e durante dois anos, Paulo Machado também conseguiu conquistar os adeptos — e depressa o seu bigode fez furor. Aquilo que começou como uma brincadeira de amigos tornou-se um fenómeno, e o jogador português acabaria mesmo por adotar o mustaki com a camisola do Olympiacos.
"Fiz bigode na brincadeira, para o pessoal se rir um bocado, mas as pessoas gostaram e eu percebi que era muito bem visto. Por isso resolvi repetir. (...) O meu pai vinha ver o jogo com o Manchester United e ele usa bigode há mais de trinta anos. Fiz também para o homenagear. Mas nunca pensei que fosse ter esta repercussão toda. Já estivemos a ver a internet e não se fala de outra coisa nas redes sociais", explicou Paulo Machado, em entrevista ao MaisFutebol, em fevereiro de 2014.
Depois de três títulos na Grécia (dois campeonatos e uma Taça), Paulo Machado continuou a sua aventura pelo mundo e mudou-se para a Croácia seis meses depois.
No Dínamo Zagreb, viveu altos e baixos, sendo o momento mais negativo aquele que ocorreu em 2015, na 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões, frente ao Molde.
Paulo Machado foi substituído aos 65 minutos e foi apupado pelos adeptos. O português não gostou e respondeu com um gesto obsceno, que repetiu já fora do relvado, tendo sido expulso pelo árbitro e multado em 100 mil euros pelo clube.
O jogador luso pediu desculpa, ficou suspenso, mas acabaria por voltar a tempo de ser importante na época seguinte do Dínamo, clube pelo qual arrecadou mais quatro títulos: duas Taças e dois Campeonatos.
Regresso a Portugal e uma passagem pela Índia
No verão de 2017, Paulo Machado decidiu regressar a Portugal para vestir a camisola do Desportivo das Aves, sendo figura de destaque com cinco golos e quatro assistências em 28 jogos.
Seguiu-se uma nova viagem — a primeira fora da Europa — para a Índia, onde representou o Mumbai City, antes de voltar novamente a Portugal para representar o Leixões, e mais tarde encerrar a carreira no Pedrouços.
E agora, Paulo?
Por esta altura, Paulo Machado encontra-se a estudar para seguir a carreira de treinador. Já tem o nível II UEFA B e está integrado no Career Transition Programme, destinado a futebolistas que pretendem continuar ligados ao futebol após o final das respetivas carreiras.
Quer isto dizer que Paulo Machado poderá regressar, mais cedo ou mais tarde, aos relvados — desta vez fora das quatro linhas, seja como treinador ou dirigente.
Leia Também: Do Sporting até à seleção, num 'mar' de capitão. O que é feito de Oceano?