O FC Porto está a investir em grande neste mercado de transferências, sobretudo, no setor intermediário. Até ao momento, foi contratado o espanhol Gabri Veiga, que já foi opção no recente Campeonato do Mundo de Clubes, e o dinamarquês Victor Froholdt, que foi formalmente apresentado como reforço para 2025/26, na terça-feira.
Num local do terreno de jogo que já contava com Alan Varela, Stephan Eustáquio, André Franco, Marko Grujic, Vasco Sousa e Tomás Pérez, o conjunto azul e branco decidiu promover uma remodelação profunda tendo em vista a nova época. Há, por isso, alguns atletas que pode estar de saída, sobretudo quando a chegada de Kenneth Taylor está em cima da mesa.
Em entrevista exclusiva concedida ao Desporto ao Minuto, Carlos Chaínho, antigo médio do FC Porto, sublinha que esta revolução no meio-campo dos azuis e brancos era fundamental para atacar a nova temporada.
"Depois de uma época negativa, como o seu presidente e a administração deram a entender, o FC Porto tinha de fazer uma grande aposta. É o segundo ano de presidência de André Villas-Boas, tem maior experiência e maior conhecimento das diretrizes da estrutura. É normal que haja novas mudanças. Acredito que aquilo que é fundamental, se formos falar em termos táticos e técnicos, é termos um bom meio-campo. Se se tiver um bom meio-campo, é sinónimo de uma boa temporada. Foi sempre assim, desde o passado", começou por dizer o antigo internacional pelas camadas jovens de Portugal.
"Depois de muitos anos a ganhar e com as saídas do Otávio, do Nico González e do Uribe, tudo nomes importantes nos últimos anos na estrutura, o FC Porto precisa de se encontrar e contratar jogadores que sejam certezas e até apostas em jovens que sejam futuro. O FC Porto tinha de fazer esta revolução. Sempre disse que o FC Porto precisava de ter outro tipo de jogadores no meio-campo e tanto a estrutura como o novo treinador estão a ver isso. É preciso contratar bem. São poucos, mas bons", prosseguiu.
A chegada de novos jogadores para o meio-campo retirará espaço a outros atletas que já se encontravam no plantel, nomeadamente, Alan Varela, André Franco, Stephan Eustáquio ou Marko Grujic. Ainda assim, Carlos Chaínho não vê um problema neste excesso de elementos para o meio-campo.
"Não vejo as coisas dessa maneira. O Eustáquio é um jogador credível e importante, como o Alan Varela. Quem vier, tem de trabalhar para ganhar o lugar. Não acredito que o FC Porto contrate para serem indiscutíveis. Têm sempre de trabalhar e que lutar pelo lugar. O FC Porto funcionará sempre assim. O campeonato é longo e uma equipa não se faz com dois médios, nem com três. Faz-se com cinco e há até quem tenha seis para poder variar bastante. Tudo depende da estrutura do treinador. Jogando com três médios, é preciso mais médios. Jogar com dois médios é diferente", ressalvou o antigo jogador.
"Acima de tudo, acredito que os jogadores que estão lá são credíveis. Acho que há espaço para todos, mas quem fizer uma boa pré-epoca e tiver logo níveis de confiança com este treinador, vai ter sucesso. Não vejo que o Eustáquio e os demais sejam problemas. Até ajuda. Mas era preciso outro tipo de médios, outro tipo de contratações, e acrescentar qualidade e outros ingredientes ao que a equipa já tinha. O FC Porto está a fazer aquilo que é essencial que é o apostar mais para ganhar o campeonato. Não direi que a equipa do passado fosse curta, mas precisava de outro tipo de experiência e de jogadores. Com o conhecimento dos antigos e os novos jogadores, acredito que se faça uma equipa muito competitiva em todas as frentes para a nova temporada", salientou.
Carlos Chaínho vinca, ainda, que a chegada de Gabri Veiga não irá retirar espaço a Rodrigo Mora, pense embora os dois atletas pisarem zonas semelhantes do terreno de jogo. O antigo jogador sublinha que a dupla até poderá coincidir no relvado.
"Por aquilo que tem, o Gabri Veiga consegue jogar muito bem no meio-campo numa linha de três ou até de dois. Pode jogar nos corredores e acredito que não vai atrapalhar nada. O Rodrigo Mora é um jogador que joga nos corredores e no meio campo. Não vejo que o problema seja esse. Uma coisa são as dinâmicas do treinador. O Gabri Veiga não é um extremo nato. Pode jogar a 10 e nos corredores também. Ele foi contratado ali para o meio-campo, e isso não coincide com o papel do Rodrigo em campo, pelo menos é aquilo que eu vejo. Os índices físicos do Gabri Veiga vão ter de melhorar. Quando chegou, notou-se que não estava no top. Acredito que, com a pré-época e outro tipo de capacidade, vai fazer um bom campeonato. Eles conseguem coincidir os dois, não há problema nenhum", finalizou.
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